Por Ingrid Bachmann
Três juízes de uma corte criminal no Chile consideraram insuficientes as provas apresentadas contra a cineasta Elena Varela, acusada de participar de manifestações violentas em 2005 quando filmava documentários sobre os índios Mapuche, informou o jornal La Nación.
Depois de oito dias de julgamento e uma decisão unânime, a documentarista foi absolvida das acusações. Elena foi presa em julho de 2008 durante as filmagens do conflito mapuche ao sul do país. A polícia confiscou seu vídeo, equipamentos e material de documentação. Em agosto deste ano, ela foi condenada a uma pena de prisão domiciliar.
A cineasta foi processada pela lei antiterrorista e seu caso se tornou um dos mais emblemáticos na defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão no país, diz a rádio da Universidade do Chile. Elena denunciou que as ações contra ela têm o objetivo de ocultar a realidade dos conflitos envolvendo os índios Mapuche. Ela afirmou que fará um filme sobre sua experiência.
A Associação de Documentaristas do Chile pediu às autoridades que devolvam o material confiscado de Elena e defendeu a criação de uma lei que garanta aos documentaristas o direito de sigilo da fonte.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.