Aproximadamente 50 veículos de imprensa fizeram um acordo sobre a cobertura do narcotráfico no México, cujo objetivo é evitar a publicação de imagens e histórias violentas, assim como garantir a segurança dos jornalistas expostos à crescente violência do crime organizado no país. Nos últimos quatro anos, mais de 34 mil pessoas morreram, informou a W Radio.
O Acordo para a Cobertura da Violência, encabeçado pelas duas mais importantes redes de TV mexicanas, a Televisa e a TV Azteca, propõe critérios editoriais para a cobertura do crime organizado, de forma a impedir que a imprensa se torne um instrumento dos criminosos e evitar a propagação do “terror”, explicou a Associated Press (AP).
A imprensa e o governo de Honduras também buscam criar um acordo semelhante, para ajudar a frear a onda de violência iniciada com o golpe de Estado de 2009.
Os veículos mexicanos se comprometeram a evitar o uso de jargões dos traficantes, além de “omitir e descartar informações provenientes dos grupos criminosos com propósitos propagandísticos”, informou a agência ANSA.
Também foram estabelecidos protocolos e medidas de segurança para os jornalistas, que reclamam terem recebido, até agora, apenas coletes à prova de balas e votos de boa sorte.
Entre as medidas recomendadas aos jornalistas que cobrem o narcotráfico estão: "não assinar as matérias, dividir a cobertura com outros veículos e não ir às áreas mais violentas", detalhou o portal Terra.
A violência ligada ao narcotráfico disparou nos últimos anos no México, onde mais de 60 jornalistas foram assassinados desde 2000, pelo menos seis apenas em 2010. Outros 139 profissionais de mídia e 21 veículos foram atacados no mesmo período, enquanto vários repórteres – alguns deles após sofrerem sequestros ou ameaças de traficantes —optaram pelo exílio.
Leia o texto completo do acordo aqui. Para mais informações sobre a violência contra jornalistas no México, veja o mapa do Centro Knight sobre o tema.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.