Em 2023, a LatAm Journalism Review (LJR) publicou mais de 250 reportagens, entrevistas e coberturas de eventos sobre temas urgentes para o jornalismo a partir de uma perspectiva latino-americana. Nossos repórteres contam quais textos consideraram mais marcantes neste ano e por quê. E destacamos algumas das matérias que mais cativaram nossa audiência este ano.
Durante mais de um mês, o Panamá se viu tomado por protestos contra um novo contrato estatal de mineração. Enquant cobriam o conflito, jornalistas denunciaram o uso da força e agressões por parte de manifestantes e da polícia. No entanto, não há um registro preciso do número de agressões em todo o país.
Execuções cometidas por policiais, como ex-integrantes da corporação se tornam assassinos profissionais e como formam organizações comparáveis à máfia: esta é a especialidade da cobertura de Rafael Soares, repórter de 32 anos dos jornais O Globo e Extra, que diz não sentir medo. Depois do podcast “Pistoleiros”, ele acaba de lançar “Milicianos”, seu primeiro livro.
De acordo com uma pesquisa realizada no Equador, o jornalismo na América Latina é uma profissão com fatores de risco psicossociais invisibilizados, uma situação que foi agravada pela pandemia de COVID-19. O pesquisador principal e quatro jornalistas falaram sobre como lidam com essa realidade em seu trabalho diário.
O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas se uniu projeto regional Infosegura, uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), para oferecer o curso online gratuito “Jornalismo de Dados para a Segurança Cidadã”, de 15 de janeiro a 11 de fevereiro de 2024.
Ferramentas de inteligência artificial, jogos interativos e narrativas geolocalizadas são alguns dos elementos com os quais esses 10 projetos jornalísticos propuseram soluções para uma melhor prática do jornalismo ou fizeram uma cobertura excepcional de eleições, violações de direitos humanos e mudanças climáticas, entre outros temas, este ano na América Latina.
Com jogos interativos, os meios independentes Cuestión Pública e Convoca, da Colômbia e do Peru, buscam aproximar as notícias das audiências jovens, contribuindo para a alfabetização midiática e dando uma cara lúdica para investigações complexas.
Os casos da jornalista brasileira Schirlei Alves e do jornalista chileno Felipe Soto Cortés evidenciam o impacto da criminalização da difamação na liberdade de imprensa na América Latina. Uma sentença da Corte IDH contra o Chile aponta caminhos para combater o uso da lei penal para silenciar jornalistas na região.
Por ocasião do Dia do Jornalista na Guatemala, em 30 de novembro, o coletivo de jornalistas NoNosCallarán relatou os ataques que os profissionais têm sofrido por exercerem sua profissão e organizou uma concentração em frente ao Ministério Público contra a criminalização dos jornalistas.
Um Tribunal Superior da Colômbia condenou a 12 anos de prisão um dos envolvidos no caso de tortura agravada contra a jornalista Claudia Julieta Duque. Para a jornalista, há um gosto “amargo” enquanto o antigo agente permanecer fugitivo.
Estigmatização, ameaças, prisões e intimidações são alguns dos ataques que os jornalistas enfrentam ao cobrir eleições na América Latina. No último semestre de 2023, esses ataques foram evidentes nos processos eleitorais de Argentina, Colômbia e Venezuela.
Com frequência, meios de comunicação retratam a chegada do hidrogênio verde na América Latina como a "solução mágica" para as mudanças climáticas. Mas um grupo de jornalistas está fazendo uma cobertura mais crítica do impacto da produção de hidrogênio verde na região.