Desde que o jornal Crítica, de Buenos Aires, parou de circular em 29 de abril, seus 190 jornalistas, fotógrafos e trabalhadores vêm fazendo de tudo para manter seus postos de trabalho. Organizam protestos, reuniões e ocupam a redação 24 horas por dia, há três meses. Esta semana, eles se recusaram a cumprir uma ordem judicial de despejo emitida pelo juiz responsável pelo processo de falência do jornal, informou a página da campanha “Salvemos al Diario Critica”, no Facebook (veja também o blog da campanha).
A Câmara dos Deputados da Argentina começa a debater na semana que vem um projeto para regular a distribuição de publicidade oficial entre os meios de comunicação, informa o Clarín. O governo é acusado de destinar mais anúncios aos veículos oficialistas.
Robert Cox, um jornalista nascido em Londres que cobriu a chamada "guerra suja" na Argentina, enquanto a imprensa permanecia em silêncio, acaba de tornar-se um ilustre cidadão de Buenos Aires, informou o Guardian. Ele recebeu a honra durante uma visita à cidade para o lançamento da edição em espanhol de um livro sobre sua trajetória durante o período, escrito pelo seu filho.
As disputas envolvendo a Papel Prensa, maior produtora de papel jornal da Argentina, chegaram às ruas de Buenos Aires. Diversos cartazes intimidatórios contra o presidente empresa, Alberto Maquieira, foram pregados esta semana ao redor de sua sede, com os dizeres: “Maquieira, estamos te vijiando”, informou o jornal La Nación.
Quando políticos elegem a internet como local principal para comentar suas atividades e opiniões, como fica o trabalho do jornalista? Esse questionamento começa a ser feito na Argentina, onde diversos políticos vêm mostrando uma adoração pelas redes sociais acompanhada de um desdém pelo trabalho da imprensa.
O jornal La Nación e a empresa petrolífera YPF se engajaram em uma briga pública por conta de suas políticas de anúncios e a linha editorial da publicação, relata o diário Los Andes.
Em um ato público de desagravo esta semana, a Argentina reconheceu sua responsabilidade pela condenação do jornalista Eduardo Kimel, falecido em fevereiro deste ano, informou o Página 12. Kimel foi sentenciado em 1999 a um ano de prisão (a pena foi suspensa) e ao pagamento de uma indenização de US$ 20 mil por questionar a atuação de um juiz no processo que investigava o assassinato de cinco religiosos durante a ditadura militar (1976-1983). O magistrado processou o jornalista pelas críticas publicadas no livro "La Masacre de San Patricio", lançado em 1989.
O Fórum de Trabalhadores de Imprensa e Comunicação Social da província argentina de Missões condenou as agressões e ameaças de morte ao jornalista Daniel Villamea, do jornal El Territorio, e ao cinegrafista Aníbal Romero, do Canal 8, do município de Oberá, informou o site Territorio Digital.
A jornalista Leila Guerriero foi a vencedora na categoria texto do Prêmio Novo Jornalismo Ibero-americano, pela reportagem “O rastro dos ossos”, publicada pela revista Gatopardo. A matéria foi selecionada entre quase mil trabalhos, anunciou a Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI).
O ministro do Interior da Argentina, Florencio Randazzo, acusou a dona do Clarín, Ernestina Herrera de Noble, e seus dois filhos de “obstrução à Justiça”, por dificultarem a ação judicial para determinar se os irmãos são filhos de desaparecidos durante a ditadura (1976-1983), informou a Europa Press. O Banco Nacional de Dados Genéticos da Argentina afirmou esta semana que não pôde concluir o exame genético no material entregue pelos irmãos no processo que busca revelar seus verdadeiros pais biológicos, informou a AFP.
A Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa, na sigla em espanhol) publicou um comunicado denunciando uma série de ameaças e intimidações recentes a jornalistas no país. Reagir com violência à investigação de assuntos de interesse público já se tornou “um costume”, afirma o comunicado. Os casos citados são:
O Clarín, maior jornal da Argentina, publicou um editorial nesta terça-feira, 29 de junho, acusando o governo Cristina Kirchner de “agredir de forma sistemática a imprensa independente” e montar um “aparato de meios de comunicação privados e estatais para fazer propaganda de sua gestão”. O Clarín mantém uma relação conturbada com o atual governo.