À medida que o Brasil se prepara para as eleições municipais de outubro, meios de comunicação independentes estão lançando novas iniciativas para tornar as informações políticas mais acessíveis e confiáveis, desde o monitoramento do WhatsApp e Telegram até a agregação de dados oficiais.
Pessoas de 21 países participaram de um jogo para medir sua capacidade de identificar se uma informação era verdadeira ou falsa. Segundo os resultados, brasileiros e colombianos foram os que tiveram mais dificuldade em perceber quando algo não era verdade.
Nos últimos seis anos, mulheres venceram estereótipos de gênero e conquistaram espaço na narração de jogos de futebol na televisão brasileira. Nas redes, no entanto, ainda persistem campanhas misóginas e agressivas contra elas.
Deepfakes são a ferramenta da vez para espalhar desinformação eleitoral. Regulação tenta coibir uso por candidatos, mas o monitoramento dos conteúdos é limitado. Por isso, a colaboração do público com jornalistas é fundamental para identificar desinformação que têm como alvo candidatos nas eleições municipais do Brasil.
A liderança de mulheres em meios nativos digitais tem sido destacada por diversos estudos sobre o setor na América Latina. Gestoras de organizações jornalísticas no Brasil têm superado modelos de liderança criados por homens para encontrar seus próprios estilos de gestão de equipes. Elas também enfatizam a importância de criar e manter espaços de trocas com outras mulheres líderes no jornalismo.
Lalo de Almeida, do Brasil, Carlos Ernesto Martínez, do site investigativo salvadorenho El Faro, John Otis, da NPR e do Comitê para a Proteção dos Jornalistas nos EUA, e Frances Robles, do The New York Times, receberam as Medalhas de Ouro do Prêmio Maria Moors Cabot 2024. Menções especiais foram para InSight Crime e Laura Zommer.
Na época em que o jornalismo de dados estava em seus primeiros passos no Brasil e o acesso a informações públicas era limitado, a série de reportagens premiada 'Os Homens de Bens da Alerj' se destacou ao revelar o enriquecimento de políticos eleitos para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Vinte anos depois, o impacto daquela investigação pioneira ainda ressoa no jornalismo brasileiro, seja pelo uso de ferramentas avançadas de análise de dados ou pela aplicação da Lei de Acesso à Informação.
Cinco fundações filantrópicas já se comprometeram a doar US$ 2 milhões para os primeiros dois anos de operação do novo fundo de apoio ao jornalismo de interesse público no Brasil. A LJR conversou com as consultoras responsáveis pelo fundo, que pretende aportar “mais e melhor dinheiro” a iniciativas jornalísticas brasileiras.
Quase metade dos municípios brasileiros não possui meios jornalísticos locais, deixando 26,7 milhões de pessoas sem notícias sobre suas cidades. Um especial da Agência Mural mostra como em Pirapora do Bom Jesus (SP) a falta de cobertura jornalística afeta principalmente a periferia, dificultando o acesso a informações e aumentando a desigualdade socioeconômica.
No livro-reportagem “O púlpito”, a jornalista da Folha de S.Paulo Anna Virginia Balloussier discute temas como empreendedorismo, política, dízimo, aborto e sexo entre evangélicos, buscando, segundo diz na introdução, evitar “cair na cilada de reduzir indivíduos a estereótipos”. Em uma entrevista, ela descreve como busca compreender um fenômeno altamente heterogêneo e responde a críticas ao seu trabalho.
O Rio Grande do Sul enfrenta seu maior desastre climático, com enchentes que desabrigaram mais de 580 mil pessoas e deixaram 172 mortos. Jornalistas locais, muitos também afetados, se dedicam a essa cobertura sem precedentes. A LJR conversou com jornalistas dos meios digitais Matinal, Sul21 e Nonada, que contaram sobre suas experiências e o senso de comunidade entre jornalistas fortalecido em meio ao caos no estado.
Supremo Tribunal Federal define que processos coordenados contra jornalistas são uma forma de assédio judicial e também elabora tese de que erros são parte intrínseca da profissão. Medidas são consideradas passos positivos e importantes por especialistas, mas insuficientes para acabar com abuso das cortes contra a imprensa.