Em 2022, ano de uma das eleições mais acirradas do Brasil, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 557 casos de agressão contra jornalistas, 26% envolvendo algum tipo de violência de gênero. Desse grupo, 5% foram categorizados como episódios de violência sexual. Jornalistas que foram alvo desses ataques falam sobre o impacto em seu trabalho e em suas vidas pessoais.
Uma coletânea de estudos sobre a cobertura da violência contra mulheres no Sul Global constatou avanços na Argentina e no México, enquanto no Brasil se destacaram os vieses de raça e classe. Coeditora do volume disse à LJR que espera que o trabalho evidencie como a cobertura jornalística está conectada a este “enorme problema sistêmico global”.
Os ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro contra jornalistas não reduziram a cobertura midiática durante o seu mandato. Em vez disso, os jornalistas utilizaram as críticas como motivação, mostra um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Texas e publicado no periódico The International Journal of Press/Politics. Entrevistas com 18 jornalistas alvos de ataques revelaram uma determinação reforçada, em uma evidência da resiliência do jornalismo brasileiro frente a adversidades.
Após 57 anos de profissão, o jornalista brasileiro Lúcio Flávio Pinto anunciou o encerramento de sua “atividade jornalística pública diária” devido ao agravamento do mal de Parkinson. Sinônimo de cobertura independente e intrépida sobre a Amazônia e a corrupção dos poderes políticos e econômicos na região, Pinto conversou com a LJR e refletiu sobre sua trajetória.
Nos últimos meses, a liberdade de imprensa enfrentou uma onda de censura judicial no Brasil, com reportagens retiradas do ar, revistas recolhidas das bancas e um documentário sendo proibido. As decisões judiciais entram em conflito com a Constituição, que favorece a liberdade de informação, e motivam discussões sobre a necessidade de novas leis para proteger os jornalistas.
As jornalistas esportivas brasileiras não só estão ganhando cada vez mais espaço na mídia, como também têm conseguido mais cobertura para o esporte feminino. Embora ainda haja um longo caminho a percorrer, a Copa do Mundo Feminina é a melhor oportunidade para consolidar o que foi conquistado até agora.
Jornalistas e meios de investigação do Brasil discutiram as coalizões formadas e medidas adotadas durante as eleições presidenciais do ano passado em um encontro mundial de jornalismo em Seul. A responsabilidade das plataformas de mídia social na disseminação da desinformação também foi tema de debate.
Uma ação judicial que pode cassar a outorga pública da rádio de extrema direita mais uma vez alimenta a discussão sobre os limites do combate à desinformação. O processo acusa a emissora de disseminar conteúdo que prejudicou o processo eleitoral, incitou a desobediência civil e promoveu um golpe de Estado. Especialistas analisam o caso e destacam a compatibilidade das alegações da acusação com a legislação brasileira.
Reportagens publicadas por El Espectador (Colômbia), IDL-Reporteros (Peru) e Réporter Brasil (Brasil) ganharam o Prêmio Gabo 2023 nas categorias de Texto, Imagem e Cobertura, respectivamente. A cerimônia de premiação também homenageou a jornalista Jennifer Ávila (Honduras) e denunciou as injustiças contra o jornalista guatemalteco José Rubén Zamora, que está preso há quase um ano.
No livro “Pedofilia na Igreja: Um dossiê inédito sobre casos de abusos envolvendo padres católicos no Brasil”, os jornalistas Fábio Gusmão e Giampaolo Morgado Braga descrevem o primeiro panorama do abuso sexual contra crianças e adolescentes por parte do clero no maior país católico do mundo.
Pessoas negras são 55,9% da população brasileira, mas apenas 9,5% das pessoas que assinam textos nas edições impressas de Estadão, Folha de S. Paulo e O Globo. Esse é um dos achados de uma pesquisa que alerta para “um problema gravíssimo de ordem cultural, social e política” na sub-representação de pessoas não brancas e de mulheres nos jornais.
No livro "O homem do sapato branco: A vida do inventor do mundo cão na televisão brasileira", o jornalista Maurício Stycer lança luz sobre a trajetória profissional, a história pessoal e as inovações introduzidas por Jacinto Figueira Júnior, mais conhecido como O Homem do Sapato Branco. Stycer, renomado crítico de TV no Brasil, explora a emergência do sensacionalismo, do choque e do espanto como valores centrais do telejornalismo no país.