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10ª edição do Dia Mundial do Rádio celebra os 110 anos deste ‘jovem’ meio

2020 foi talvez o ano em que o rádio demonstrou mais claramente seu impacto e importância na sociedade. Esse "meio de comunicação jovem" de 110 anos - como a diretora-geral da UNESCO Audrey Azoulay se refere - tem uma taxa de penetração de 75% nos países em desenvolvimento.

O número demonstra, assim, o papel que o rádio teve durante o primeiro ano da pandemia COVID-19, não só na transmissão de informações relacionadas à doença, mas também como apoio no processo educacional após o cancelamento das aulas presenciais.

Por isso, para a 10ª edição do Dia Mundial do Rádio, a UNESCO escolheu o tema “Novo Mundo, Novo Rádio”, no qual se reafirma o papel do rádio no presente e no futuro.

“Porque, mais do que nunca, precisamos desse meio humanista universal, vetor de liberdade. Sem o rádio, o direito à informação e a liberdade de expressão e, com eles, as liberdades fundamentais seriam enfraquecidos, assim como a diversidade cultural, já que as rádios comunitárias são as vozes dos sem voz”, disse Azoulay em sua mensagem de comemoração.

“Onde quer que você esteja, o rádio está com você. Confinado, o rádio te abre para o mundo, para a informação sobre saúde, para a educação, para as artes, para a diversidade cultural. O rádio é uma ferramenta inestimável para a transmissão de informações, um bem comum da humanidade”, disse Azoulay.

Na mesma linha, Mirta Lourenço, chefe da Seção de Alfabetização de Mídia e Informação e Desenvolvimento de Mídia da UNESCO, destacou como o rádio ajuda a construir sociedades democráticas mais fortes.

“A mídia - incluindo as estações de rádio, afeta nossas crenças, nossas escolhas e como vivemos juntos”, disse Lourenço à LJR. “Ao encorajar a cobertura de questões locais e tornar as pessoas críticas em suas interações com a mídia, podemos ajudar a construir democracias mais fortes e bem informadas”.

E o rádio tem conseguido evoluir, inovar e se conectar em meio a um mundo em constante mudança. A UNESCO destacou assim a evolução do rádio, bem como a resistência e sustentabilidade do meio. Em termos de inovação, falou da adaptação do rádio às novas tecnologias, “para continuar a ser o meio de mobilidade preferido, acessível em qualquer lugar e para todos”. Finalmente, a UNESCO enfatizou a capacidade do rádio de se conectar, destacando seus “serviços à nossa sociedade - desastres naturais, crises socioeconômicas, epidemias, etc.”

Essas rádios forneceram informações essenciais - como onde encontrar alimentos - promoveram a solidariedade e colocaram a saúde como um direito na agenda pública.

Porém, as rádios comunitárias enfrentam desafios na região em termos de legislação governamental e sustentabilidade econômica, como destacou Valdés. Ela acrescentou que os governos precisam incluir essas rádios em medidas emergenciais e permanentes de financiamento.

“O serviço social prestado pelas rádios comunitárias e que continuam a oferecer em todo o continente tem sido fundamental para garantir coisas como o acesso à educação rural, a possibilidade de educar para os direitos e a democracia, e facilitar uma forma digna de falar para que os direitos e participação cidadã sejam ouvidos”, disse Valdés.

O Dia Mundial do Rádio foi proclamado pelos Estados-Membros da UNESCO em 2011 e foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2012 como um Dia Internacional a ser celebrado a cada 13 de fevereiro.

Para comemorar o dia na LatAm Journalism Review (LJR), perguntamos a jornalistas de rádio da América Latina e do Caribe por que o rádio é importante para a liberdade de imprensa na região. Você pode encontrar as respostas aqui.

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