O jornalista Hélio Doyle foi destacado para liderar a reconstrução da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) após seis anos de desmandos e censura sob os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Doyle falou à LatAm Journalism Review sobre como o jornalismo será “um carro-chefe” na comunicação pública feita pela estatal.
A jornalista brasileira Kátia Brasil tem 37 anos de profissão e 33 anos de Amazônia. Há 10 anos, ela se dedica à cobertura da região na agência Amazônia Real, da qual é cofundadora e codiretora. Ela conversou com a LatAm Journalism Review (LJR) sobre os desafios de fazer jornalismo investigativo centrado nos povos amazônicos.
Em junho de 2020, com o Brasil rapidamente acumulando casos e mortes por COVID-19, o governo federal agiu para esconder a realidade da pandemia no país. Seis meios de comunicação responderam estabelecendo um consórcio para a divulgação dos dados da COVID-19. Encerrado em janeiro, o consórcio deixa lições sobre valor da transparência e da colaboração.
No Brasil, meios independentes vêm trabalhando para que a transparência pública seja regra, no governo e nas redações. Jornalistas da agência Fiquem Sabendo e da Agência Pública dão dicas sobre como realizar investigações usando a Lei de Acesso à Informação (LAI).
Procurar especialistas, não normalizar atitudes antidemocráticas e fornecer ao público o contexto necessário sobre mentiras e desinformação são alguns dos conselhos de especialistas sobre como cobrir atos de grupos extremistas, como os que aconteceram em 8 de janeiro no Brasil.
O governo brasileiro anunciou a criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, uma demanda de organizações de defesa da liberdade de imprensa e dos jornalistas. O secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, falou à LatAm Journalism Review (LJR) que criação do novo órgão foi motivada pela “escalada de violência” contra jornalistas no país. Disposição do novo governo ao diálogo e à defesa da classe jornalística contrasta com a postura do governo de Jair Bolsonaro, um dos principais instigadores da violência contra a categoria no país.
A InfoAmazonia, plataforma trilíngue dedicada à cobertura da Floresta Amazônica, lançou uma Rede Cidadã de meios de comunicação sediados na Amazônia brasileira que cobrem temas socioambientais. A ideia é fortalecer o jornalismo local na região e ampliar as audiências dos meios, qualificando e levando o conteúdo produzido na e sobre a Amazônia às populações locais e a um público global. “É preciso que jornalistas daqui debatam temas daqui sob a ótica e compreensão daqui”, disse um dos membros da rede.
Pelo menos 12 jornalistas foram agredidos fisicamente, roubados ou ameaçados de morte por grupos de bolsonaristas enquanto cobriam os atos terroristas perpetrados por apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro em Brasília. Milhares deles invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal perante a inação dos policiais presentes, que em mais de um caso também se recusaram a ajudar os jornalistas.
A pesquisadora brasileira Denise Becker, da Universidade Federal de Santa Catarina, defende a transparência como um valor chave para jornalistas e organizações jornalísticas enfrentarem a onda de descredibilização que afeta a imprensa. Vencedora do prêmio de melhor dissertação de 2022 da Associação Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo, Becker argumenta que a transparência contribui para reconstruir da confiança do público no jornalismo.
Usar imagens de satélite e georreferenciamento, rastrear redes de tráfico e cuidar minuciosamente da segurança do jornalista e das fontes são algumas das técnicas que os jornalistas Yvette Sierra, de Mongabay, Joseph Poliszuk, de Armando.Info, e o freelancer Hyury Potter aplicaram em suas investigações sobre a mineração ilegal na América Latina.
Desde 1º de novembro, apoiadores de Bolsonaro questionam os resultados das eleições bloqueando rodovias nacionais e interestaduais com caminhões e tratores. Jornalistas que cobrem os protestos têm sido agredidos e intimidados enquanto trabalham. A LatAm Journalism Review entrevistou dois jornalistas vítimas de intimidações. Eles nos contaram sobre suas experiências em campo.
A jornalista brasileira Fabiana Moraes tem se dedicado nos últimos anos à crítica da cobertura da política e da sociedade brasileiras. Ela conversou com a LatAm Journalism Review sobre seu novo livro, "A pauta é uma arma de combate", no qual propõe o jornalismo de subjetividade e fala sobre "como o jornalismo pode se opor a cenários de destruição de humanidades".