Os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira atraíram a atenção nacional e internacional para a região amazônica onde se encontram as fronteiras entre Brasil, Peru e Colômbia. Do lado brasileiro, a ausência do Estado e a forte presença do crime organizado inibem comunicadores locais de reportar sobre atividades ilegais.
O jornalista brasileiro Rubens Valente participou na seção “5 perguntas” da LatAm Journalism Review (LJR). Na entrevista, ele fala sobre a condenação que o obriga a pagar BRL 319 mil a um ministro do Supremo Tribunal Federal. “Houve um efeito que provocou a pior censura de todas: a autocensura,” disse Valente.
Os meios digitais brasileiros AzMina e Núcleo têm desenvolvido nos últimos meses o projeto Amplifica, uma ferramenta para acompanhar os debates de suas leitoras e leitores no Twitter e promover conversas entre o público e os meios na rede social. A ideia é que, ao conhecer melhor seu público e saber quais são seus interesses, os meios possam se aproximar de seus leitores e potencializar o impacto do jornalismo que produzem. Eles também pretendem disponibilizar a ferramenta para que seja usada por outras organizações interessadas em se conectar com seu público.
A LatAm Journalism Review ouviu amigos, colegas de trabalho e familiares do jornalista brasileiro Tim Lopes, assassinado em 2 de junho de 2002. O caso provocou mudanças profundas nas empresas jornalísticas, com a implementação de medidas de segurança e a redução da cobertura em áreas de risco. No entanto, jornalistas brasileiros se sentem tão ou mais vulneráveis hoje quanto há 20 anos atrás.
A pandemia de COVID-19 evidenciou uma crise silenciosa entre jornalistas: a deterioração da saúde mental destes profissionais, constatada por várias pesquisas realizadas por organizações ao redor do mundo nos últimos dois anos. Na América Latina, iniciativas em curso buscam avaliar a saúde mental de jornaistas e ajudá-los a cultivar o bem-estar emocional em um contexto adverso que, além da pandemia, conta com desinformação generalizada e violência e hostilidade contra os profissionais.
Inspirados por uma tendência global, os media labs começam a surgir dentro de organizações jornalísticas da América Latina para desenvolver o pensamento inovador orientado ao jornalismo, acelerar a aplicação de tecnologia, buscar soluções para problemas e gerar algum tipo de impacto.
“É um atentado à liberdade de expressão e de informação”, diz jornalista Rubens Valente, condenado pelo Supremo Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal a indenizar ministro Gilmar Mendes pela publicação do livro “Operação Banqueiro”.
A região Nordeste é a segunda mais populosa do Brasil, mas tem o menor PIB per capita. Apesar das limitações econômicas, iniciativas jornalísticas independentes se multiplicam nos nove estados do Nordeste e são capazes de produzir impacto mesmo com recursos restritos.
Pesquisa realizada pela Gênero e Número em parceria com a Repórteres sem Fronteiras (RSF) apresenta dados, depoimentos e entrevistas em profundidade sobre os impactos e efeitos da desinformação e da violência online no dia a dia de jornalistas mulheres e LGBT+. “Essa prática de violência é tão bem sucedida que resulta até mesmo na intimidação das profissionais que não sofreram diretamente o ataque, mas que por medo de sofrer já mudam seu comportamento”, disse Bia Barbosa, da RSF.
Entre outras medidas para coibir a disseminação de fake news, o projeto de lei prevê a remuneração de organizações jornalísticas pelas grandes plataformas de tecnologia. Proposta divide jornalistas brasileiros.
As big techs estão mais juntas do que nunca contra o projeto de lei que regula as plataformas para combater as fake news. A proposta prevê a remuneração de organizações jornalísticas, mas jornalistas estão divididos. Pagamento das plataformas pelo jornalismo é tendência, com acordos firmados na Austrália e na França e encaminhados em países como Canadá e Reino Unido.
Fundado por um grupo de advogadas especializadas na defesa da liberdade de expressão, o Instituto Tornavoz vai remunerar advogados que atuem em casos acolhidos pelo entidade, além de prover auxílio técnico à defesa. A ideia é que a remuneração “fortaleça o interesse das(os) advogadas(os) nessa área de atuação”, disse Taís Gasparian, uma das diretoras e fundadoras do instituto.