O Conselho Gestor da Fundação Gabo escolheu o jornalista guatemalteco José Rubén Zamora para receber o Reconhecimento à Excelência Jornalística 2024 por suas mais de três décadas de trabalho expondo a corrupção e os abusos de poder em seu país. Zamora está preso há mais de 650 dias devido a uma série de processos judiciais polêmicos.
O conselho diretor do Prêmio Maria Moors Cabot, o mais antigo prêmio internacional de jornalismo do mundo, alertou sobre os casos de perseguição contra Gustavo Gorriti, do Peru, José Rubén Zamora, da Guatemala, e a equipe da organização venezuelana de jornalismo investigativo Armando.info.
Os ataques à imprensa são, sem dúvida, um dos principais desafios enfrentados pelos meios de comunicação e jornalistas na América Latina. Discutir o estado do jornalismo digital na região também implica reconhecer os obstáculos à liberdade de imprensa. Jornalistas da Guatemala, Peru e Venezuela abordaram esses desafios durante o 17º Colóquio Ibero-americano de Jornalismo Digital.
Na última sessão do 25º Simpósio Internacional de Jornalismo Online, Romina Mella e José Zamora chamaram a atenção para os processos e o tempo na prisão enfrentados por, respectivamente, um colega no Peru e o próprio pai na Guatemala. Os participantes do ISOJ escutaram uma convocação para apoiar esses dois renomados jornalistas.
Ao menos 25 jornalistas da Guatemala estão no exílio devido ao aumento da censura, agressões e perseguições no país. Entre eles estão Marvin Del Cid, Lucia Ixchíu e Gerson Ortiz, que conversaram com a LJR sobre os casos judiciais contra eles e as consequências emocionais de sua fuga.
Há mais de 18 meses, o jornalista guatemalteco José Rubén Zamora está preso, apesar de seu processo judicial ter sido marcado por irregularidades e violações do devido processo legal e de sua sentença já ter sido anulada. Um relatório recente da Trial Watch, que monitora julgamentos criminais em todo o mundo, descreveu o julgamento de Zamora como "injusto" e pediu sua libertação imediata.
O Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) divulgou seu relatório anual sobre jornalistas presos em todo o mundo. Embora nenhum país da América Latina e do Caribe esteja na lista dos "piores carcereiros", o relatório destaca três casos na região e observa que a mídia e os jornalistas ainda enfrentam ameaças ao seu trabalho.
Por ocasião do Dia do Jornalista na Guatemala, em 30 de novembro, o coletivo de jornalistas NoNosCallarán relatou os ataques que os profissionais têm sofrido por exercerem sua profissão e organizou uma concentração em frente ao Ministério Público contra a criminalização dos jornalistas.
Depois da prisão de José Rúben Zamora e do fechamento do elPeriódico, jornal que ele fundou e dirigia, vários meios desafiam a pressão do governo e trabalham juntos em investigações e fact-checking na Guatemala. Quatro jornalistas contam como continuam defendendo o jornalismo no país.
Em um ano de hostilidade e opacidade em relação ao jornalismo por parte do governo guatemalteco, o repórter de Prensa Libre e Guatevisión Carlos Kestler foi escolhido como finalista para o prêmio Jovem Jornalista do Ano da Thomson Foundation por sua série de reportagens 'Conectividad Rota'.
A jornalista guatemalteca Michelle Mendoza, correspondente da CNN, está no exílio há seis meses após anos de perseguição e ameaças por seu trabalho jornalístico. Mesmo fora da Guatemala, ela é recebe constantemente ligações e mensagens para intimidá-la e impedi-la de retornar. Nesta entrevista, ela fala sobre sua situação e o assédio de que tem sido alvo.
Diante da recente escalada dos ataques às liberdades de imprensa e expressão em Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, profissionais destes países se uniram para fundar a Rede Centro-Americana de Jornalistas. A guatemalteca Marielos Monzón, uma das fundadoras da Rede, falou à LatAm Journalism Review (LJR) sobre os objetivos e linhas de trabalho dessa iniciativa em defesa do jornalismo e do direito cidadão à informação.