Martín López, repórter e apresentador do Canal 44 de Ciudad Juárez, passou a integrar o grupo de centenas de jornalistas que buscam refúgio na cidade vizinha de El Paso, nos Estados Unidos. Ele foi ameaçado de ter a cabeça cortada, em um grafite cujos autores seriam traficantes de drogas, informou El Diario.
Héctor Gordoa Márquez, um dos quatro jornalistas sequestrados no dia 26 de julho no estado de Durango, foi libertado nesta quinta-feira pelos sequestradores e chegou "são e salvo" à sede da Televisa, onde trabalha, informaram La Jornada e El Diario.
Aos quatro jornalistas sequestrados na segunda-feira no norte do México, cujo paradeiro é ainda desconhecido, soma-se agora o caso de Ulises González Garcia, levado de casa na quarta-feira por homens armados. Garcia é diretor do semanário La Opinión, na cidade de Jerez, no estado de Zacatecas, também na região norte do país. Presume-se que o objetivo dos criminosos seja pedir dinheiro pelo resgate, afirmou La Jornada.
Dois repórteres e dois câmeras desapareceram na segunda-feira na cidade de Gómez Palacio, no estado mexicano de Durango, enquanto cobriam protestos em um presídio local, cujo diretor foi acusado de libertar presos para que cometessem assassinatos para um cartel de drogas, informou La Jornada.
Jornalistas, autoridades e chefes de polícia de Chihuahua, no norte do México, um dos estados mais atingidos pela violência no país nos últimos anos, iniciaram discussões para criar o primeiro "protocolo de segurança para jornalistas cobrindo zonas de risco", informaram os sites Devenir e Ahoramismo.
Com os repórteres na mira do crime organizado e a impunidade dos crimes contra jornalistas, declarar guerra editorial contra a corrupção e o narcotráfico pode parecer um ato suicida. Mas foi esta a escolha do semanário mexicano Zeta, publicado em Tijuana, aponta Oscar Medina, do Prodavinci.
De acordo com um relatório do Instituto Internacional de Imprensa (IPI), a América Latina tornou-se a região mais perigosa do mundo para o exercício do jornalismo, superando a Ásia, o Oriente Médio e o Norte da África no número de assassinatos de jornalistas no primeiro semestre de 2010, informam a Europa Press e o site Periodista Digital.
Ciudad Juarez, no norte do México, é considerada uma das cidades mais violentas do mundo. Na semana passada a população local testemunhou um evento sem precedentes no país: um ataque a agentes federais com um carro-bomba. O cinegrafista Luis Hernández Núñez, da rede Telecinco, registrou o momento da explosão e acabou se ferindo no ataque, que matou quatro pessoas, informou El Universal.
O diário La Jornada relatou que a Procuradoria Especial para a Atenção a Delitos contra a Liberdade de Expressão, assim como a Comissão Nacional de Direitos Humanos (NCHR), irão investigar a denúncia do fotojornalista Irineo Arzate Mujica, que relatou ter sido agredido e roubado por funcionários do Instituto Nacional de Migração (INM).
A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do México investigará agressões de militares contra três repórteres que cobriam uma operação em Nuevo Laredo, no estado de Tamaulipas, no nordeste do México, informou o jornal El Universal.
"A hecatombe continua", alertou a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) sobre o assassinato dos jornalistas Marco Aurelio Martínez Tijerina, no estado de Nuevo León, e Guillermo Alcaraz Trejo, de Chihuahua, ambos no norte do México. Segundo a RSF, pelo menos dez jornalistas foram assassinados no país este ano.
Os meios de comunicação mais atingidos pela violência no México, que resultou na morte de pelo menos oito jornalistas este ano, são os das cidades do interior do país, observou a Inter Press Service (IPS).