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Repórter morta a tiros eleva para 17 o número de jornalistas assassinados em Honduras desde 2010

A jornalista hondurenha Luz Marina Paz Villalobos foi assassinada a tiros nesta terça-feira, 6 de dezembro, em Tegucigalpa, capital do país, informou o jornal La Tribuna. Com este episódio, chegam a 17 os jornalistas assassinados no país desde 2010.

Paz Villalobos era locutora de um programa da rádio Cadena Hondureña de Noticias (CHN) desde junho e foi, durante oito anos, repórter da estação Radio Globo, cuja linha editorial era favorável ao ex-presidente Manuel Zelaya.

Segundo testemunhas, homens armados desconhecidos a bordo de uma motocicleta dispararam contra o carro da jornalista, matando também o motorista que a acompanhava no momento, de acordo com o GlobalPost.

Parentes de Villalobos suspeitam que o assassinato esteja ligado a extorsores que cobravam da repórter um "imposto de guerra", segundo a CHN.

A polícia investiga o motivo do crime e não descarta a hipótese de que ele tenha motivações políticas ou esteja ligado ao trabalho da jornalista, informou a agência AFP.

Honduras está entre os países com as maiores taxas de homicídio do mundo (82,1 por cada 100.000 habitantes), de acordo com relatório das Nações Unidas divulgado em outubro e que considerou 207 países.

"Crimes estão relacionados a problemas pessoais ou ao crime organizado, mas não são investigados. Há impunidade, o Estado não garante o exercício do jornalismo e as liberdades democráticas", disse o presidente do Comitê pela Livre Expressão, Osmán López, de acordo com o Telesur. Um dia antes da morte da locutora, o prédio do jornal La Tribuna foi atacado a tiros. Honduras é considerado o segundo país mais perigoso para exercer o jornalismo nas Américas.