Por Alejandro Martínez
Jornalistas que cobrem protestos na Venezuela deveriam considerar utilizar coletes à prova de bala, disse Frank Smyth, assesor para a segurança de jornalistas do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), em uma nota de blog recente.
Smyth enfatizou a necessidade de maior proteção para os jornalistas trabalhando na Venezuela e Ucrânia, onde armas de fogo começaram a ser utilizadas nos enfrentamentos entre policiais e manifestantes.
Na Venezuela, os protestos de semanas recentes contra a escassez de produtos básicos, a inflação e a violência resultaram em 18 mortos e muitos feridos. A organização de jornalismo IPYS documentou 65 ataques à liberdade de expressão durante as manifestações, incluindo agressões físicas e detenções arbitrárias.
Smyth mencionou que ao menos uma jornalista, Mayra Cienfuegos do canal de televisão estatal VTV, foi ferida por disparos em 12 de fevereiro durante os protestos. VTV culpou os manifestantes pelos disparos.
A segurança de jornalistas cobrindo manifestações também se tornou uma preocupação crescente em outras partes do continente americano. O Ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, pediu a organizações jornalísticas propostas sobre como melhorar as condições de segurança de jornalistas depois do cinegrafista Santiago Andrade morrer após ser atingido na cabeça por um explosivo enquanto cobria os protestos de 6 de fevereiro no Rio de Janeiro.
Antes de sua morte, quatro projetos de lei já haviam sido apresentados no senado brasileiro para melhorar a segurança de jornalistas e diminuir a impunidade de crimes contra eles. Um deles obrigava a polícia a oferecer coletes à prova de bala para jornalistas cobrindo operações policiais.
No Guia de Segurança para Jornalistas, a CPJ recomenda o uso de vestimentas de proteção apropriadas ao nível de risco de cada situação de cobertura.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.