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Honduras desafia Comissão Interamericana e proíbe jornalista de trabalhar por 16 meses

Por Eva Hershaw

Honduras desafiou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e decidiu manter a ordem de suspender a permissão de trabalho do jornalista Julio Ernesto Alvarado por 16 meses.

A decisão, que Repórteres sem Fronteiras chamou de um "tapa na cara da liberdade de informação em Honduras”, foi anunciada no meio de uma visita da Comissão e de um relator especial da liberdade de expressão a Honduras.

“Nós condenamos firmemente esta tentativa de Honduras de ignorar o requerido pela Comissão”, afirmou Claire San Filippo, chefe do escritório da Repórteres sem Fronteiras nas Américas. “Tentar notificar Alvarado da suspensão de seu trabalho como jornalista em desafio à decisão da Comissão no mesmo momento de sua visita à Honduras constitui uma grave afronta às obrigações internacionais do país.”

Em novembro, a Comissão adotou uma medida cautelar em favor do jornalista hondurenho, pedindo ao governo para se abster de “levar adiante qualquer ação para desqualificar o jornalista" até que a Comissão pudesse tomar uma decisão sobre a petição recebida sobre o caso.

A medida cautelar e o anúncio da provocação do governo vieram após um longo período de decisões e recursos desde que Julio Ernest Alvarado foi acusado de difamação por comentários sobre um ex-diretor do departamento de economia da Universidade Nacional Autônoma de Honduras, feitos em 2006 em seu programa “Mi Nación.”

A polêmica em torno do caso de Alvarado serviu para ressaltar preocupações correntes referentes à liberdade de imprensa em Honduras, que vem sendo considerada um dos países mais perigosos do ocidente para a mídia desde o golpe de Estado sofrido em 2009.

Freedom House rebaixou Honduras do status de “parcialmente livre” para “não livre” em 2011.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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