Esta história foi atualizada para incluir informação sobre a prisão de 18 pessoas suspeitas de participar do assassinato de Igor Padilla.
Igor Abisaí Padilla Chávez, conhecido jornalista hondurenho, foi assassinado em San Pedro Sula neste dia 17 de janeiro.
O jornal La Prensa reportou que o jornalista, de 38 anos, recebeu uma ligação para sair do local onde estava gravando um comercial. Quando saiu, quatro pessoas começaram a disparar contra ele. O jornal acrescentou que balas de um fuzil AR-15 foram encontradas na cena e que as informações iniciais apontavam que os assassinos usavam coletes a prova de balas e estavam encapuzados. Segundo a AFP, eles estavam vestidos como policiais.
Testemunhas disseram que escutaram pelo menos 20 disparos; um doutor citado pelo La Prensa afirmou que Padilla tinha várias marcas de bala.
Padilla era repórter no Canal Hable Como Habla (HCH), em San Pedro Sula, e cobria patrulhas policiais noturnas, segundo a AFP. Também comandava um programa de comédia no HC chamado “Los Verduleros”.
“Sem dúvida, por seu caráter afável e seu jeito com as pessoas, ele ganhou o carinho de milhares de hondurenhos que o seguiam pela telinha”, reportou o La Tribuna.
O jornalista também produziu um filme e estava gravando outro, sobre violência contra jornalistas, segundo informou o La Prensa.
A AFP acrescentou que a causa do ataque contra Padilla era desconhecida. No entando, o La Prensa informou que conhecidos do jornalista disseram que ele havia recebido uma ameaça de morte por escrito.
A polícia nacional informou que 18 pessoas, supostamente membros da Mara 18, foram presas em relação com o assassinato de Padilla em 18 de janeiro, segundo La Tribuna.
O jornal também reportou que duas pessoas confessaram a participação no ataque e que uma das mulheres presas foi a que fez a chamada a Padilla pedindo que ele saísse da loja, justo antes de ser assassinado.
Em comunicado, a Secretaria de Segurança de Honduras disse que “os indícios preliminares indicam que os autores que perpetrarom este ato que terminou con a vida do jornalista Igor Padilla estão vinculados como membros ativos de uma organização criminosa de maras e gangues”.
A Secretaria também disse que vai cumprir as ordens dadas pelo presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, de capturar aos responsáveis do crime.
O diretor da Agência Técnica de Investigação Criminal (ATIC), Ricardo Castro, disse que “não há duvidas [de] que o objetivo era Igor Padilla” e de que “definitivamente foi um ato muito planejado”, de acordo com o HCH.
O HCH exigiu a captura dos suspeitos e se manifestou dizendo: “seguiremos informando, não pararemos, não teremos medo e não deixaremos de dizer a verdade, o HCH Televisión Digital continuará sendo o canal referência de Honduras e seguirá trascendendo a nível internacional”.
Roberto Herrera Cáceres, da Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Honduras, condenou o assassinato de Padilla, exigiu uma investigação profunda e efetiva e disse que o ataque era um reflexo da situação geral de insegurança em Honduras.
A Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Honduras (Conadeh) reportou que, com Padilla, são 69 as pessoas relacionadas à comunicação que foram mortas desde 2001, com uma taxa de impunidade de 95%.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.