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Brasileiro é condenado a 12 anos de prisão por assassinato de jornalista em 2013

Embora no Brasil a maioria dos crimes contra jornalistas fique impune, como aponta o Índice Global de Impunidade 2014 do CPJ, um homem foi condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato do repórter Rodrigo Neto, do jornal Vale do Aço, ocorrido em 2013 no estado de Minas Gerais.

Em 19 de junho, Alessandro Neves Augusto foi sentenciado a 12 anos de prisão pela morte de Neto e a quatro anos mais pela tentativa de asaassinato de um amigo de Neto que estava com ele no momento do ataque, de acordo com Hoje em Dia.

Outro homem, o ex-oficial da polícia Lúcio Lírio Leal foi condenado a 12 anos de prisão no ano passado pelo assassinato de Neto.

Em março de 2013, dois homens em uma motocicleta dispararam contra Neto no município de Ipatinga, Minas Gerais.

Neto havia começado a trabalhar no Vale do Aço uma semana antes do crime, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ na sigla em inglês). Neto era apresentador do programa Plantão Policial, na rádio Vanguarda. Alguns de seus trabalhos haviam incriminado oficiais da polícia.

Com frequência, Neto recebia ameaças de morte relacionadas com o exercício de sua profissão, segundo o CPJ.

Um mês depois do assassinato, o chefe da polícia de Minas Gerais confirmou que agentes da polícia haviam participado no crime de Neto e do fotojornalista Walgney Carvalho.

Carvalho foi assassinado em 14 de abril de 2013 na cidade de Coronel Fabriciano, Minas Gerais. Ele também trabalhava para Vale do Aço e denunciava “crimes que envolviam a polícia”.

Na época, o Centro Knight reportou que Carvalho poderia ter sido assassinado por saber informações sobre a morte de Neto.

Neves também foi acusado do assassinato em abril de 2013 de Carvalho e terá julgamento em agosto, de acordo com o CPJ.

O CPJ informou que desde 2011, ao menos 14 jornalistas foram mortos por causa do seu trabalho.

Nos últimos dois anos, houve seis condenações em casos de jornalistas assassinados, o que coloca o Brasil no 11º lugar do Índice Global de Impunidade 2014 do CPJ.

Ainda assim, a organização disse que houve “significativos avanços na abertura de processos judiciais contra os assassinos de jornalistas”.

Hoje em Dia informou que o Ministério Público havia previsto apelar da sentença contra Neves com o objetivo de aumentar a pena.

As autoridades continuam investigando o assassinato de Neto.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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