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Enquanto jornalistas latino-americanos denunciam novos ataques, levantamento ressalta riscos na região

Jornalistas de toda a América Latina aproveitaram o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa para denunciar ataques contra repórteres e veículos de comunicação e pedir mais proteção. Enquanto isso, um novo levantamento mostrou que a região poderá se tornar a mais perigosa do mundo para o exercício da função.

Segundo a Instituto Internacional de Imprensa (IPI) e seu “Relatório Mundial da Liberdade de Imprensa 2010: Foco nas Américas”, 32 dos 102 assassinatos de jornalistas registrados em 2011 ocorreram na América Latina. A região está atrás apenas da Ásia - onde 40 profissionais perderam a vida no ano passado.

Ameaças e ataques contra jornalistas, especialmente na América Latina, assim como pressões do governo e censura, foram problemas persistentes em 2010 e continuam preocupantes em 2011”, disse o estudo.

Na Colômbia, dezenas de repórteres, muitos deles em manifestações pelas ruas da principais cidades do país, pediram ao governo mais garantias para o exercício da função, em meio a crescentes ameaças de grupos paramilitares.

Segundo a Federação Colombiana de Jornalistas (FECOLPER), que convocou a chamada “marcha do silêncio”, em 2011 já foram registradas 56 agressões a jornalistas no país, entre elas duas tentativas de homicídio, informou a EFE.

No Peru, a Associação Nacional de Jornalistas informou que, em 2011, já foram cometidos 82 atentados contra jornalistas.

No México, um levantamento da Artigo 19 e do Centro Nacional de Comunicação Social (CENCOS) mostrou uma queda número de agressões contra jornalistas entre 2009 e 2010 (155, contra 244). No entanto, o documento enfatizou que não há motivo para comemoração. Enquanto a violência em alguns estados aumenta, diminuem as denúncias, em consequência da falta de investigação.

Em 2010, oito jornalistas foram assassinados no México e um permanece desaparecido. Em 2009, foram 11 mortos. Além disso, no ano passado, 6 profissionais foram sequestrados e outros 9 se exilaram.

O presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Gonzalo Marroquín, disse que o crime organizado e os governos autoritários são as principais ameaças à liberdade de imprensa, noticiou a ANSA. "Ambos pretendem limitar, restringir ou acabar completamente com o livre tráfego de informação que tanto os incomoda”.

Num passo importante, o presidente chileno, Sebastián Piñera, assinou a Declaração de Chapultepec, documento regional que lista 10 princípios fundamentais para ajudar a imprensa a cumprir seu papel na democracia. Piñera se comprometeu a continuar aumentando os níveis de transparência no país, acrescentou a SIP.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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