Por Maira Magro
A Polícia Federal deve indiciar o jornalista Amaury Ribeiro Júnior no inquérito sobre violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato à Presidência José Serra (PSDB), afirmam O Estado de S. Paulo e O Globo.
Em depoimento à PF, Amaury confirmou que pagou um despachante para obter documentos na Junta Comercial em São Paulo, mas negou a acusação de que tenha encomendado informações sigilosas, diz o Correio Braziliense.
Uma investigação da PF aponta que o jornalista teria pagado pela quebra dos sigilos fiscais de políticos tucanos e familiares de Serra entre setembro e outubro de 2009, explica o iG. Na versão de Amaury, a encomenda foi feita durante uma apuração para o jornal Estado de Minas, para o qual trabalhava. A intenção, segundo ele, era “proteger” o então governador de Minas Aécio Neves (PSDB) contra uma suposta espionagem de um grupo ligado a Serra, quando os dois tucanos disputavam a vaga de presidenciável pelo PSDB, relata a revista Época.
Amaury, no entanto, deixou o trabalho no jornal mineiro e passou a integrar o grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Ele afirmou que foi convidado para trabalhar na equipe de Dilma depois que o partido tomou conhecimento do conteúdo de sua apuração. De acordo com O Globo, Amaury disse à PF que as informações sigilosas teriam sido roubadas de seu computador para abastecer um suposto dossiê.
O Estado de Minas publicou uma nota afirmando que o jornalista nunca se referiu ao fato em suas reportagens. O senador eleito Aécio Neves, o PSDB e o PT também negaram envolvimento no caso e trocaram acusações mútuas.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.