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Tráfico de drogas endurece esforços para controlar a informação no México

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  • 3 agosto, 2010

Por Ingrid Bachmann

Javier Canales e Alejandro Hernández, dois dos quatro jornalistas sequestrados por traficantes de drogas no estado de Durango, foram resgatados no sábado em uma operação policial, informou La Crónica de Hoy. O câmera Héctor Gordoa foi libertado na quinta-feira e, no fim de semana, a imprensa informou que o repórter Óscar Solís também havia sido posto em liberdade na terça-feira.

As autoridades mexicanas atribuíram o sequestro ao cartel de Sinaloa, liderado por Joaquín “El Chapo” Guzmán, em uma ofensiva que tentava forçar os meios de comunicação a difundirem mensagens do tráfico e impactar a comunidade, afirmam El País e a BBC Mundo.

O sequestro gerou manifestações de repúdio no México e no mundo inteiro, além de uma convocatória a uma manifestação de jornalistas no sábado, 7 de agosto, na Cidade do México.

Sem precedentes no país, a violência ligada ao narcotráfico vem deixando uma marca nefasta na imprensa mexicana, com ameaças e assassinatos de jornalistas e a consequente autocensura. Essas novas tentativas de ditar o conteúdo divulgado pelos meios de comunicação estão gerando inquietude entre os jornalistas, que estão no centro de uma verdadeira guerra informativa.

Carlos Lauría, diretor para a América Latina do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, disse ao Washington Post que os traficantes "dizem aos jornalistas o que podem ou não publicar, e os próprios cartéis são os fornecedores de informação."

Além de exigir das autoridades que garantam a segurança dos jornalistas, diversos veículos fizeram um chamado à categoria para que esteja unida para enfrentar o problema. Nesta carta conjunta, meios de comunicação advertem que, apesar da libertação dos quatro jornalistas sequestrados, a ameaça à imprensa continua.

Diversas organizações internacionais exortaram o Estado mexicano e os próprios meios de comunicação a desenvolver protocolos de segurança e prevenção. "Não há uma política no México para enfrentar de maneira eficiente o risco que os jornalistas estão correndo, nem para identificar e responsabilizar os autores dessas ameaças", afirmou José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da Human Rights Watch, ao jornal El Universal.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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