O jornalista haitiano Robenson Sanon foi atingido por uma bala em seu antebraço enquanto cobria protestos em Porto Príncipe, no dia 13 de fevereiro.
Robenson Sanon (Facebook)
Segundo Sanon contou ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), ele foi ferido durante um confronto entre a polícia e manifestantes. O tiroteio ocorreu em meio às manifestações contra o governo do presidente Jovenel Moïse, que duram ao menos uma semana. O jornalista é correspondente da Reuters no Haiti, informou o CPJ.
O jornal Le Nouvelliste reportou que Sanon foi inicialmente levado para o Hospital da Universidade do Estado do Haiti (HUEH), mas a unidade não tinha médicos ou curativos disponíveis. Depois, o jornalista foi encaminhado para o Hospital Bernard Mevs, onde recebeu atendimento e foi liberado no mesmo dia. Segundo a publicação, não houve fratura no braço ferido.
De acordo com a AFP, o protesto em que Sanon foi ferido ocorreu no centro da capital haitiana. O país tem enfrentado manifestações violentas há pelo menos uma semana, devido a uma “profunda crise política”, acrescentou a agência. Seis mortes foram registradas desde o início dos protestos.
A AP informa que a população se revoltou por causa do aumento da inflação e da incapacidade do governo de punir casos de corrupção.
O CPJ, no entanto, disse que as manifestações não devem ser usadas “como desculpa para adiar uma investigação sobre as circunstâncias em torno do tiroteio de Robenson Sanon".
"Jornalistas no Haiti devem ser capazes de cobrir eventos como os protestos sem enfrentar tiroteios ou outros perigos", disse Natalie Southwick, coordenadora do CPJ para América Central e do Sul, de acordo com nota divulgada pela organização.
A organização de liberdade de imprensa também citou três entidades de liberdade de imprensa haitianas que afirmam que jornalistas foram alvo de manifestantes durante os protestos.
CPJ is following the situation of journalists in #Haiti: the press has been the target of several attacks during recent demonstrations. Authorities must ensure the safety of journalists covering protests.https://t.co/636NzGx1Ah
— CPJ Américas (@CPJAmericas) February 15, 2019
