texas-moody

Assassinato de diretor de emissora de rádio na Guatemala aumenta pressão por mecanismo de proteção a jornalistas

Jornalistas da Guatemala condenaram o assassinato de um diretor de rádio de 32 anos e instaram as autoridades a dar atenção ao desenvolvimento de um programa de proteção a jornalistas.

Mario Roberto Salazar Barahona, diretor da rádio Estéreo Azúcar do município de Asunción Mita, no estado de Jutiapa, foi morto em 17 de março.

#ÚltimaHora
Locutor es asesinado en #Jutiapa. La víctima es Mario Salazar de 32 años. pic.twitter.com/TXCJ9Syyg7

— EUChiquimula89.9 (@EUChiquimula) March 17, 2016

O jornalista estava dentro de um carro esperando o troco de uma compra quando foi assassinado, de acordo com o Centro de Relatórios Informativos da Guatemala (CERIGUA). Salazar Barahona, que trabalhava como jornalista há mais de dez anos, estava voltando de um encontro na rádio Estereo Solar na capital do estado, segundo a organização.

Investigadores do caso acreditam que o atirador estava seguindo Salazar, de acordo com o site Prensa Libre. Não se levanta ainda uma hipótese para a causa do assassinato.

A UNESCO e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OACNUDH) condenaram o ataque ao jornalista e afirmaram que a situação dos defensores dos direitos humanos e dos jornalistas no país "gera preocupação".

As organizações disseram ver “a necessidade absoluta de desenvolver uma política pública abrangente para a proteção dos defensores dos direitos humanos, incluindo jornalistas, para que possam realizar o seu trabalho em um ambiente onde sua segurança e integridade sejam garantidas.”

Oachnud y @UNESCOgt condenan asesinatos de periodista Mario Salazar y el defensor Walter Méndez, vía @RobertoCSoy502 pic.twitter.com/YPjDlYI8b0

— Soy 502 (@soy_502) March 18, 2016

No site de Azúcar 99.9 FM, a seguinte mensagem foi escrita: “Lamentamos a morte de nosso amigo e jornalista Mario Salazar, diretor de Azucar 99,9 FM. Enviamos as nossas sinceras condolências à família, amigos e colegas de trabalho. Descanse em paz, Mario Salazar.”

CERIGUA também expressou preocupação com a falta de avanços para instaurar um programa de proteção aos jornalistas.

Em fevereiro, 16 organizações enviaram uma carta afirmando que os jornalistas foram excluídos impedidos de contribuir para um documento que viria a ser a base para a criação e implementação de um mecanismo de proteção para os jornalistas.

CERIGUA disse que quatro jornalistas foram mortos nos últimos dois anos e chamou para o processo de construção do programa a ser relançado.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos divulgou recentemente um relatório sobre a situação dos direitos humanos na Guatemala e deu especial atenção à liberdade de expressão no país.

Observando recentes assassinatos de jornalistas, bem como ataques "onde os responsáveis foram tanto o crime organizado quanto líderes políticos e autoridades locais do Estado", a organização disse: "Este contexto gera uma atmosfera de intimidação contra a imprensa com consequente efeito inibitório e autocensura entre os jornalistas".

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

Artigos Recentes