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Brasil, Paraguai e México aparecem em lista de países mais letais para jornalistas em 2014

Brasil, Paraguai e México estão na lista dos 20 países mais letais para jornalistas em 2014, de acordo com um relatório especial de fim de ano do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ).

Os números registrados pelo CPJ apontam as mortes de jornalistas cujo motivo estava diretamente relacionado à atividade profissional da vítima.

Paraguai, que tem visto práticas violentas na região de fronteira com o Brasil, lidera todos os países da América Latina, com três jornalistas mortos em 2014.

No caso mais recente, Pablo Medina Velázquez, correspondente regional do jornal ABC Color, foi baleado diversas vezes no departamento de Canindeyú, enquanto trabalhava. Um assistente também foi morto no ataque.

Medina cobria a produção de marijuana e o tráfico de drogas no lado oriental do Paraguai e editores disseram que ele recebia com frequência ameaças por causa do seu trabalho. Seu irmão e parceiro de trabalho, Salvador Medina, foi morto na mesma região em 2001 por suas reportagens.

Os jornalistas paraguaios Fausto Gabriel Alcaraz Garay, da Radio Amambay, e Edgar Pantaleón Fernández Fleitas, da Belén Comunicaciones, também foram baleados e mortos perto da fronteira com o Brasil em maio e junho, respectivamente.

CPJ relatou que Alcaraz denunciava regularmente atividades criminosas e tráfico de drogas em seu programa de rádio. Fernández, que também era advogado, apresentava um programa crítico a juízes locais, advogados e advogados e funcionários do gabinete do Procurador-Geral, segundo a organização.

CPJ confirmou que dois jornalistas no estado brasileiro do Rio de Janeiro foram mortos em razão de seu trabalho, embora as circunstâncias em torno do caso do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade difere dos outras mortes nesta lista, já que ela ocorreu durante protestos, ambientes particularmente perigosos para jornalistas brasileiros este ano.

Durante um protesto em fevereiro, no Rio de Janeiro, contra aumentos na tarifa de ônibus, um explosivo atingiu Andrade na cabeça. O cinegrafista da TV Bandeirantes foi confirmado clinicamente morto pouco depois.

Também em fevereiro, Pedro Palma, proprietário do jornal Panorama Regional, foi morto a tiros na frente de sua casa, na cidade rural de Miguel Pereira.

No México, CPJ confirmou que dois jornalistas foram mortos em 2014 em razão de suas atividades profissionais. O repórter Octavio Rojas Hernández, que havia começado a trabalhar para o jornal El Buen Tono em Córdoba, Veracruz, foi assassinado na porta de casa em Oaxaca em agosto. De acordo com o diretor de redação da publicação, a morte está relacionada a uma matéria que ligava um diretor da polícia municipal a uma quadrilha de roubo de gás.

Também em Veracruz, o repórter Gregorio Jiménez de la Cruz foi morto após ter sido sequestrado em fevereiro por homens armados perto de Coatzacoalcos. Jiménez cobria crime e segurança para os jornais Notisur e Liberal del Sur, segundo o CPJ.

As tendências anteriores de impunidade continuam no que diz respeito aos assassinatos de jornalistas da região,com raros casos em que os responsáveis pelos crimes são identificados e punidos. No Índice Global de Impunidade do CPJ de 2014, México e Brasil aparecem em 7º e 10º, respectivamente. América Latina ainda tem a Colômbia em 5º.

Os casos acima são de mortes em que o CPJ foi capaz de confirmar que o motivo do crime estava ligado ao trabalho dos jornalistas.

Listamos abaixo os casos adicionais de mortes de jornalistas latino-americanos que não estão incluídos nos dados do CPJ de assassinatos com motivos confirmados. Alguns estão sendo investigados pelo CPJ e outros foram consideradas por outras organizações, como Repórteres Sem Fronteiras, como crimes relacionados ao trabalho jornalístico. Também incluímos assassinatos de jornalistas e trabalhadores de mídia cobertos este ano pelo blog do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas nos quais nenhum motivo foi determinado.

Brasil

Colômbia

Honduras

México

Peru

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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