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Congresso peruano investigou ligações telefônicas de jornalistas que denunciaram caso de corrupção

O Congresso peruano investigou ligações telefônicas feitas por jornalistas que denunciaram em 2008 casos de corrupção envolvendo vários altos funcionários do governo, incluindo o presidente Alan García, segundo o jornal La República. A Comissão Luízar, criada para investigar a possível existência de uma rede de escutas telefônicas relacionados ao caso, solicitou secretamente a empresas de telefonia os registros telefônicos dos repórteres para investigar as fontes que apoiaram as denúncias jornalísticas, informou o Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS, em espanhol).

La República sustenta que os jornalistas Fernando Rospigliosi, Pablo O'Brien, Laura Puertas e Fernando Ampuero, junto com seu assessor jurídico José Ugaz, "passaram de investigadores a investigados". No caso conhecido como "petro-áudio", os jornalistas descobriram pressões e influências nas licitações de petróleo no Peru, em outubro de 2008, o que levou à queda do gabinete de García.

O ex-congresista Walter Menchola Vásquez, um dos membros da Comissão Luízar, justificou as indagações sobre os jornalistas, a violação de privacidade e de sigilo de comunicações e assegurou que tudo foi feito de forma legal. "Os jornalistas não são anjos inocentes ou querubins; se fossem, não haveria tantos julgamentos por difamação, calúnia e outros crimes", disse, citado pelo La República.

Rospigliosi destacou que a investigação de seus telefonemas entre 2006 e 2008 foi "injustificada e arbitrária", segundo o Correo. "Este é um ataque à privacidade e ao jornalismo", insistiu.

O congressista Mauricio Mulder, declarou que a Comissão Luízar terá que responder pelos critérios utilizados para invadir a privacidade dos jornalistas, de acordo com o jornal La Primera.

Na sequência do caso, a Suprema Corte do Peru propôs penas de prisão para aqueles que divulgam informações obtidas por meio de escutas telefônicas ilegais.

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