Por Isabela Fraga
Uma deputada venezuelana solicitou ao governo a análise de supostos impactos negativos causados por meios de comunicação nas eleições presidenciais do país, ocorridas no último dia 7 de outubro, informou o Instituto Imprensa e Sociedade (Ipys, na sigla em espanhol).
Blanca Eekhout afirmou que alguns meios de comunicação da Venezuela geraram "situações de desassossego e agressões" durante as campanhas eleitorais dos candidatos Henrique Capriles e Hugo Chávez, acrescentou o intituto.
O pedido da deputada foi feito à Comissão Permanente do Poder Popular e Meios de Comunicação da Assembleia Nacional, da qual Eekhout é segunda vice-presidente. Segundo o site Ultimas Noticias, a deputada afirmou que, com a medida, quer incentivar o diálogo entre os vários setores da sociedade venezuelana sobre a responsabilidade dos meios de comunicação.
Para justificar o pedido de investigação da mídia venezuelana, Eekhout disse que os meios de comunicação do país criaram falsas expectativas no setor da população opositor ao governo de Chávez, com a ideia de que a oposição seria vitoriosa. "Primeiro, que o nosso candidato [Chávez] não seria candidato (...). Em seguida dizia que esse candidato não tinha apoio nas ruas enquanto víamos que todos o território nacional tinha milhares, milhões de pessoas que se mobilizaram por ele (...)", criticou a deputada, citada pelo site Noticiero Digital.
As eleições presidenciais da Venezuela foram marcadas por uma forte polarização da imprensa, como afirmou uma análise da BBC. Foram registradas agressões tanto de simpatizantes de Chávez quanto de Capriles. Relatórios de organizações internacionais, como o Centro de Proteção aos Jornalistas (CPJ), afirmaram também que os ataques de Chávez contra a mídia privada no país enfraquecem a imprensa.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.