Duas jornalistas foram encontradas mortas em um parque da Cidade do México, na manhã da quinta-feira 1 de setembro de 2011, informou a agência AFP, citando a imprensa local.
Ana María Marcela Yarce Viveros, fundadora da revista Contralínea, e Rocío González Trápaga, jornalista independente e ex-repórter da Televisa, eram amigas e foram vistas pela última vez tomando um café no Centro da cidade, acrescentou o Los Angeles Times.
É a primeira vez que um jornalista é assassinado na Cidade do México desde o início da guerra contra o narcotráfico, 2006.
O motivo do crime ainda está sendo investigado, de acordo com a Reuters. Segundo o procurador Miguel Ángel Mancera, as duas podem ter sido vítimas de uma tentativa de assalto, pois González Trápaga também era dona de uma casa de câmbio e, na noite da quarta-feira 31 de agosto, realizou transações consideráveis, explicou o jornal El Universal.
Marcela Yarce atuava apenas como relações públicas da revista Contralínea e não havia recebido ameaças, afirmou Miguel Badillo, diretor da publicação de jornalismo independente, com mais de 10 anos de existência. Mas a Contralínea já havia sido alvo de intimidações e processos judiciais por suas críticas reportagens sobre corrupção.
Com a morte das duas jornalistas, sobe para 80 o número de profissionais de imprensa assassinados no México desde 2000, entre eles seis mulheres, informou a Repórteres Sem Fronteiras. “Mais e mais jornalistas devem optar pela autocensura ou pelo exílio. Pode a mídia sobreviver no México?", questiona a organização.
O México lidera a lista de países onde mais jornalistas são assassinados na América Latina. Só em 2011, já foram nove.
Veja aqui um mapa sobre os ataques à imprensa no México.