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Ex-diretor de polícia é preso no México por envolvimento em agressão contra jornalista crítica à administração local

As autoridades mexicanas anunciaram a prisão do ex-diretor da Polícia Municipal de Silao (estado de Guanajuato), Nicasio Aguirre Guerrero, acusado de coordenar o ataque contra a jornalista Karla Janeth Silva Guerrero, ocorrido em 2014, de acordo com o jornal El Universal.

#EstoTeInteresa PGJE @carloszamarr y SSPE @AlvarCdeV logran la captura de Nicasio Aguirre. Caso Karla Silva

— PGJE (@PGJEGUANAJUATO) March 30, 2016

Segundo as investigações da Promotoria estadual, Aguirre Guerrero articulou o plano para atacar Silva junto com o ex-coordenador operativo da Polícia de Silao, Jorge Alejandro Fonseca Durán, reportou o El Universal. Os dois ex-policiais teriam contratado os três homens que agrediram Silva, correspondente em Silao do jornal El Heraldo de León.

O ataque ocorreu em 4 de setembro de 2014 quando dois homens entraram na redação do El Heraldo, onde Silva e uma assistente do jornal estavam, enquanto o outro homem esperava em um carro, segundo o El País. Na redação, os homens agrediram brutalmente Silva enquanto faziam comentários depreciativos sobre suas matérias jornalísticas, segundo o relatório anual 2014 da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da CIDH.

Segundo este documento, as matérias de Silva costumavam ser críticas à administração local. No ataque também acabou ferida a assistente do jornal, informou Animal Político.

Apesar de ter sido vinculado ao caso poucos dias depois da agressão ocorrer, Aguirre Guerrero estava foragido desde essa época,  acrescentou a Relatoria Especial.

Sua prisão aconteceu no dia 30 de março, dias depois da captura do ex-prefeito de Silao, Enrique Benjamín Solís Arzola, acusado de ser o autor intelectual do ataque contra a jornalista. Solís Arzola havia ordenado que Aguirre Guerreo coordenasse o ataque, informou o El Universal.

Com esta última detenção já são seis pessoas envolvidas no crime. Os primeiros presos foram os autores materiais e Fonseca Durán, segundo o portal Sin Embargo e o informe da Relatoria Especial.

Contudo, em abril de 2015, um juiz determinou em sentença que os autores materiais poderiam ser liberados sob fiança com o argumento de que “não ficou comprovado que as [lesões] tenham colocado em risco a vida da jornalista”, segundo a organização Artigo 19.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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