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Por
Silvia Higuera
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11 agosto, 2017
A recente decisão da Suprema Corte confirmou a sentença de agosto de 2016 da Sala de Justiça e Paz do Tribunal Superior de Bogotá, que decidiu excluir Mario Jaimes Mejía, conhecido como 'El Panadero', e Alejandro Cardenas Orozco, ou 'JJ', por considerar que, conforme reportou o jornal El Espectador na época, "evidentemente mentiram quando narraram sua participação e conhecimento dos fatos em relação ao plano para sequestrar a jornalista."
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Lei de Justiça e Paz, ou Lei 275 de 2005, foi aprovada no âmbito do processo de paz realizado entre o governo e o grupo paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC). Alguns dos benefícios oferecidos pela lei incluem a possibilidade de pagar uma pena alternativa de oito anos de prisão, em lugar das penas mais longas que poderia dar a Justiça comum.
Na decisão deste 9 de agosto, a Suprema Corte declarou que quem quiser se beneficiar das penas alternativas deve "em todos os momentos dizer a verdade, não só sobre os fatos dos quais tomou parte como autor ou partícipe, mas também sobre aqueles dos quais tomou conhecimento durante o exercício de sua actividade à margem da lei", acrescentou El Tiempo.
Bedoya Lima foi sequestrada, torturada e estuprada enquanto realizava um trabalho jornalístico na prisão Modelo de Bogotá, no dia 25 de maio de 2000, onde entrevistaria um ex-chefe paramilitar.
Tanto Jaimes Mejía como Cardenas Orozco disseram em suas primeiras declarações à Justiça que não tinham tido qualquer participação nos crimes cometidos contra a jornalista. No entanto, mais tarde, mudaram sua versão e admitiram seu envolvimento.
No dia 18 de março de 2016, Jaimes Mejía foi condenado a 28 anos de prisão depois de ter se declarado culpado pelas acusações de sequestro simples, tortura e relação sexual violenta contra Bedoya Lima. Durante a audiência, ele também pediu perdão à jornalista por suas ações.
Em uma conversa com o Centro Knight em outubro de 2016, Bedoya Lima afirmou que pelo menos 27 pessoas estiveram envolvidas no crime, mas que apenas três foram levadas à Justiça e duas foram condenadas.
A jornalista também expressou frustração porque as pessoas diante da Justiça estão relacionadas com a autoria material do crime, mas não houve avanços no indiciamento dos autores intelectuais, que supostamente incluem agentes do Estado colombiano.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.