Por Alejandro Martínez
Em reunião de acionistas do jornal chileno La Nación, representantes do governo do país, que controla 69% das ações, decidiram fechar e liquidar todos os bens da publicação, informou a EFE. Com o fim do tradicional diário, criado há 95 anos, 117 pessoas perderão o emprego.
Sindicatos e acionistas minoritários se opuseram à decisão. Segundo a EFE, a sociedade privada Colliguay, dona de 31% das ações do jornal, plajena processar o Estado, por considerar que não há "razões financeiras" para o fim do diário.
Segundo o Colegio de Periodistas de Chile, o presidente do país, Sebastián Piñera, manifestou intenção de fechar o jornal antes mesmo de assumir o cargo, em 2010. Ele acusou o diário de ser uma “fábrica de propaganda” para seus opositores, informou a EFE.
Em entrevista à CNN Chile, o jornalista do La Nación Jorge Escalante chamou a decisão de uma “vingança política do governo de Pinera”.
Para Nancy Arancibia, líder dos funcionários do jornal, disse à Associated Press que a decisão aumentará a concentração da mídia no país, atualmente controlada, em sua maioria, por duas empresas.
O La Nación foi fundado em 1917 e fica em frente ao Palacio de la Moneda, sede do governo chileno. Desde 2010, o jornal atuava apenas na internet.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.