O primeiro mês de 2013 registrou graves ataques contra a imprensa na Colômbia, incluindo ameaças de morte contra três jornalistas, censura imposta por organizações criminosas e a interrupção da circulação de um jornal em Sucre, informou a Fundação para a Liberdade de Imprensa, a FLIP, em comunicado.
Os ataques começaram na primeira metade do mês, com as ameaças à jornalista Jineth Bedoya, subeditora do El Tiempo, de Bogotá, capital do país, por mensagens repassadas a uma de suas fontes. Tratou-se da sexta ameaça recebida pela profissional desde 2011.
Dias depois, o jornal Al Día, de Montería, em Córdoba, Norte do país, denunciou que dois de seus jornalistas foram ameaçados de morte em panfleto atribuído ao grupo Los Urabeños. Os criminosos deram 48 horas para que Amilkar Alvera e Jairo Cassiani deixassem a cidade. Dias antes, haviam recebido telefonas sobre veto a notícias sobre a captura e julgamento de membros da facção. No entanto, membro da organização criminosa foram ao jornal para negar serem os responsáveis pelas ameaças e pedir que a informação fosse retificada, segundo a FLIP.
Outro ataques contra a imprensa se deu em Medellín, onde o jornalismo parece ter sido vetado nas zonas onde os criminosos disputam o controle do tráfico de drogas. Em duas situações distintas, repórteros de diferentes meios foram expulsos dessas áreas. Alguns veículos regionais optaram por não cobrir mais essas regiões até terem garantias. As autoridades de comprometeram a tomar providências.
Já no fim do mês, os chefes de circulação dos jornais Al Día e El Heraldo, de Sucre, Norte do país, também foram ameaçados por telefonemas e mensagens. No dia 29, os exemplares do diário El Meridiano de Sucre foram comprados por uma só pessoas e queimados alegadamente para evitar a divulgação de uma denúncia publicada.
Para a FLIP, todos esses casos são "claras intimidações, pressões e ameaças que dificultam o livre exercício do jornalismo no país. Esse panorama é desalentador e não parece que vai melhorar em relação ao que se passou em 2012". Por issso, pedimos às instituições do Estado que reforcem as medidas necessárias para garantir o livre exercício do jornalismo e investigar a responsabilidade por esses atos". A Fundação anunciou que, em 9 de fevereiro, Dia do Jornalista na Colômbia, divulgará seu relatório sobre a situação da imprensa do país em 2012.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.