Por Maria Hendrischke
O fotógrafo independente espanhol Borja Lázaro Herrero continua desaparecido desde que visitou em 8 de janeiro o departamento do nordeste colombiano La Guajira, conhecido foco de tráfico de drogas e onde se intensificou de forma alarmante a presença das gangues criminosas de paramilitares conhecidas como Bacrim, informou Repórteres Sem Fronteiras.
Lázaro, de 34 anos e originário de Vitoria, Espanha, foi à Colômbia para documentar fotograficamente as culturas indígenas. Segundo a reconstituição dos fatos feita por Lion Behar-Kremer, que viu Lázaro pela última vez, o fotógrafo desapareceu de seu hotel em Cabo de la Vela na manhã de 8 de janeiro.
Seu sumiço pode ter sido causado por um acidente ou ser um sequestro feito pelas Bacrim. Estes grupos criminosos são conhecidos por suas constantes ameaças a jornalistas na Colômbia, de acordo com um relatório de 2013 do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ na sigla em inglês).
O departamento La Guajira, onde desapareceu o fotógrafo espanhol, é uma das regiões mais perigosas dominadas pelas Bacrim. Em 2013, quatro jornalistas investigativos foram forçados a deixar o país após receberem ameaças de morte das Bacrim de La Guajira. De acordo com a RSF, esse mesmo ano as Bacrim sequestraram um casal de espanhóis por um mês.
A família do fotógrafo criticou que o caso tenha sido aberto pelas autoridades colombianas e espanholas apenas no dia 23 de janeiro e exigiu uma investigação "mais rigorosa" devido aos índices de criminalidade da região.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.