Homens armados abriram fogo contra a sede de um jornal do estado de Zulia, no noroeste da Venezuela, na noite de domingo, 3 de junho, informou o La Nación. Este já é o terceiro ataque em uma semana contra um veículo de comunicação da região, dominada pelo crime organizado.
O diário Versión Final, da cidade de Maracaibo, relatou nesta segunda, 4 de junho, que sua sede foi atingida por 9 tiros de pistolas, dois dos quais atingiram a guarita de vigilância.
"Nenhum trabalhador foi ferido, graças aos rigorosos protocolos preventivos da nossa equipe de segurança" e "o incidente não alterou a circulação do jornal ", explicou Alexander Montilla, diretor do Versión Final, citado pela Agência Efe.
Sobre as causas do atentado, Montilla afirmou em um comunicado que o jornal está "à espera do relatório" policial respectivo para se pronunciar, de acordo com a Globovisión.
Na segunda-feira anterior, 28 de maio, o edifício do jornal Qué Pasa sofreu um ataque a granada que danificou sua fachada, mas não deixou nenhum ferido. No dia seguinte, 29 de maio, a emissora de televisão oficial Catatumbo foi vítima de um ataque armado. Os diretores dos veículos, ambos de Maracaibo, atribuem aos atentados motivações políticas.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) rechaçou as ameaças e agressões contra jornalistas e meios de comunicação na Venezuela. O Colegio Nacional de Periodistas de Zulia condenou os atentados e ressaltou que os atos contra a liberdade de imprensa na região não devem permanecer impunes.
A Venezuela tem sofrido uma gradual erosão da liberdade de imprensa nos últimos anos, de acordo com um documento de 2011divulgado pela organização não governamental Freedom House. Recentemente, a Anistia Internacional e o governo dos Estados Unidos denunciaram, em relatórios sobre direitos humanos, restrições à liberdade de imprensa no país sob a administração de Hugo Chávez.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.