Apesar de receber apelos de organizações de imprensa e de sofrer um processo judicial pelo sequestro e tortura de dois fotógrafos, as forças de segurança chilenas continuam protagonizando ataques contra a liberdade de informar no país. Nesta segunda-feira, 21 de novembro, policiais intimidaram e agrediram jornalistas que cobriam um protesto contra uma homenagem a um ex-repressor da ditadura, informou o site Opera Mundi.
Colaborador em Santiago do Opera Mundi e do Diário da Liberdade, o repórter brasileiro Victor Farinelli teve a câmera fotográfica apreendida pela polícia, que apagou as fotos do cartão de memória, jogou as pilhas fora e o equipamento no chão, segundo informações do Diário da Liberdade.
Em relato publicado no blog Narrativas Argentinas, Farinelli contou que outros repórteres também foram alvos da ação repressiva, como Esteban Sanchez, da Rádio ADN, que teve o material destruído e foi detido e espancado dentro de um furgão policial sem saber a razão. "Infelizmente, não fui o único jornalista que sofreu com a ação policial na jornada de ontem", lamentou o brasileiro.
De acordo com outra matéria do Opera Mundi, a polícia do Chile havia proposto um pacote de medidas para mitigar a violência contra profissionais de imprensa, após reunião com a Associação dos Correspondentes Estrangeiros no Chile. No entanto, isso não impediu um novo episódio de violência.
Desde o início da onda de protestos estudantis no Chile, profissionais da imprensa têm sofrido ataques no exercício da profissão, como detenções arbitrárias, agressões físicas e danos às suas ferramentas de trabalho.