Por Alejandro Martínez
Homens desconhecidos entraram na sexta-feira, 15 de dezembro, na casa do jornalista chileno Mauricio Weibel e furtaram seu laptop, no qual tinha gravada sua investigação sobre os serviços secretos das forças armadas durante a ditadura de Augusto Pinochet, informou a organização Repórteres sem Fronteiras.
Os ladrões só levaram o computador, que continha material para a continuação de seu livro, "Associação Ilícita: os arquivos secretos da ditadura", reportou o portal Terra. Vinte e quatro horas antes do furto, o automóvel de Weibel também foi roubado. Apareceu horas depois totalmente destruído, disse a RSF.
Dois deputados comunistas classificaram o ato com uma "perseguição" contra Weibel e exigiram uma investigação, segundo a rádio Nuevo Mundo. A Repórteres sem Fronteiras pediu o esclarecimento do crime, garantindo que "não se trata de um roubo qualquer" e pediu proteção ao jornalista e à sua família.
“Quando realizava sua investigação, para a qual consultou arquivos da ditadura abertos recentemente, Mauricio se queixou das ameaças e dos riscos que corria, o que deveria ter dito às autoridades", disse a organização. "Ainda correm perigo os jornalistas dos países que fizeram parte do Plano Condor que fazem investigações de fundo sobre esse período".
Weibel é cofundador e presidente da União Sul-americana de Associações de Correspondentes, jornalista da Agência Alemã de Imprensa e correspondente da RSF. Também é filho de José Weibel, um líder comunista chileno que foi preso e desapareceu durante a ditadura.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
