O jornalista mexicano Héctor González Antonio foi encontrado morto na manhã de 29 de maio na cidade de Victoria, capital do estado de Taumalipas, México.
O titular da Procuradoria Geral de Justiça de Taumalipas, Irving Barrios Mojica, disse em entrevista à jornalista Carmen Aristegui que o corpo de González Antonio foi encontrado em uma rua próxima de onde ele morava no bairro de Estrella. As primeiras investigações indicam que o jornalista foi atacado por ao menos duas pessoas e foi morto a pedradas.
Segundo o jornal Expreso, o desaparecimento de González Antonio foi registrado dia 28 de maio de noite.
O procurador Barrios Mojica disse que a linha de investigação predominante no momento indica que a morte foi consequência de uma briga ou roubo e que não há elementos suficientes para afirmar que o jornalista foi executado pelo crime organizado.
“Não descartamos nenhuma dessas possibilidades bem como outras hipóteses que possam surgir durante as investigações”, disse o procurador em entrevista à Aristegui. “Devido à natureza do trabalho do jornalista não podemos deixar de considerar que seu assassinato esteja relacionado com seu trabalho. Estamos sendo auxiliados pela Procuradoria Geral da República na análise das publicações assinadas por Héctor González na tentativa de encontrar hipóteses para seu assassinato”, disse Barrios Mojica. O procurador também informou que os Mecanismos de Proteção de Defensores dos Diretos Humanos e Jornalistas e os fiscais que observam os Delitos contra a Liberdade de Expressão (Feadle) estão acompanhando as investigações.
González Antonio era correspondente em cadeia nacional do Grupo Imagen, do qual faz parte o jornal Excélsior. Também colaborava para os jornais locais El Diario de Victoria e Expreso.
González Antonio escrevia sobre as áreas de segurança, justiça e narcotráfico. Em janeiro deste ano, ele assinou reportagens sobre a morte do jornalista Carlos Domínguez também de Taumalipas. González Antonio também escreveu sobre barricadas feitas por traficantes de drogas e tiroteios que ocorreram em várias cidades do Estado.
“Com uma dor imensa, divido a notícia do assassinato de meu colega Héctor González Antonio, pessoa excepcional, correspondente do jornal Excélsior e do Grupo Imagen em Tamaulipas”, escreveu Pascal Beltrán del Río, em sua conta do twitter. “Um abraço solidário para sua família. Faço eco às exigencias de esclarecer rapidamente este caso e aplicar a justiça aos seus responsáveis”, assinou Beltrán del Río.
González Antonio foi velado dia 30 de maio. De acordo com o jornal Excélsior, os custos do enterro foram pagos pela polícia estatal do México.
A Comissão Nacional de Direitos Humanos do México (CNDH) reforçou a necessidade de investigar se o assassinato de González Antonio está relacionado com seu trabalho e pediu medidas de proteção para a família do jornalista.
O governo do estado de Tamaulipas incluiu os membros da família de González Antonio nos protocolos de proteção à pessoa. Tanto o governador quanto o procurador do estado expressaram condolências aos familiares do jornalista e se comprometeram a seguir com rigor as investigações do crime.
Segundo a CNDH, desde o ano 2000,136 jornalistas foram assassinados no México.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.