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Jornalistas e funcionários da imprensa venezuelana sofrem onda de ameaças virtuais e por telefone

Por Alejandro Martínez

Vários chargistas, jornalistas, escritores e artistas venezuelanos têm sido alvo de uma aparente campanha de amealas por Twitter, telefone e mensagens de texto, noticiou o portal Noticias 24. As intimidações começaram quando alguns agressores anônimos divulgaram seus contatos pessoais, acrescentou o Instituto Imprensa e Sociedade da Venezuela.

A caricaturista Rayma Suprani, o escritor Leonardo Padrón, o humorista Laureano Márquez, a apresentadora de TV Mariela Celis e os jornalistas Francisco Bautista, Ibeyise Pacheco, Nitu Pérez Osuna, Mary Montes, Milagros Socorro, Berenice Gómez e Alfredo Federico Ravell – todos eles críticos ao governo que opinam regularmente nos veículos da imprensa e em redes sociais – receberam ameaças anônimas de morte, insultos e desqualificações nas quais exigia-se que eles dessem fim às suas críticas sobre o país, disse o Ipys Venezuela em um comunicado à imprensa.

“Meu telefone celular começou a receber uma avalanche de mensagens de texto de diversos números, e as mensagens tinham insultos pessoais e ameaças terríveis contra mim, grosserias e calúnias com um viés político e satanização de meu trabalho como jornalista de opinião e ilustradora”, disse ao Ipys a caricaturista do jornal El Universal Rayma Suprani, que recebeu ameaças no passado e denunciou a falta de investigações por parte do governo.

De sua parte, Padrón disse ao Ipys que recebeu mensagens que diziam coisas como "agora você vai desejar que Chávez não tenha morrido" e "você é pior que Carlos Andrés Pérez (ex-presidente da Venezuela)”.

Alguns dos afetados acabaram por mudar seus números de telefone, disse Marianela Balbi, diretor do Ipys Venezuela, ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

A onda de ameaças começou em 15 de março, depois de o usuário do Twitter @revoHCF divulgar os números de telefones pessoais dos afetados, que também suspeitam que a informação tenha se difundido por meio de um texto na internet, informou o Ipys.

Na última sexta-feira, Suprani denunciou as ameaças à Procuradoria Geral da República, segundo o El Universal. Espera-se que os demais afetados apresentem suas próprias queixas nos próximos dias, disse o Ipys.

Balbi disse que esta é a primeira vez que o Ipys documenta uma série de ameaças como essa.

“É algo que não havia ocorrido nessa dimensão”, disse. “O que nos chama a atenção é qeu essas ameaças aconteceram em massa”.

Em 2012, o Ipys da Venezuela registrou 21 violações por ciberagressões e 78 violações por ataques à integridade de jornalistas e trabalhadores de veículos de comunicação. Durante este ano, a organização reportou 25 violações à integridade física dos jornalistas e 8 ciberagressões.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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