Por Ingrid Bachmann
Diretores de meios de comunicação e jornalistas manifestaram ceticismo em relação às medidas anunciadas pelo governo para proteger a classe profissional das ameaças e da violência do crime organizado, informou a EFE.
Segundo a CNN México, editores de veículos impressos no norte do país — em Estados como Chihuahua, Zacatecas, Coahuila e Sinaloa— acreditam ser mais conveniente apostar na auto-proteção e em ações conjuntas das redações para fazer frente às ameaças. "A autoridade não está sendo eficaz, e a única forma que vejo é que formemos redes de jornalistas e que nos protejamos nós mesmos", afirmou a diretora do jornal Imagen, Patricia Mercado.
Na reunião "México sob o assédio do crime organizado", convocada na capital mexicana pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), a SIP exortou a imprensa mexicana a unir-se para se proteger e não se render, acrescentam El Universal e El Siglo de Torreón.
As dúvidas quanto à capacidade do governo de garantir segurança aos jornalistas dizem respeito à forma pela qual o problema tem sido abordado. Em uma coluna na SPD Noticias, o jornalista Juan José Solís opina que Calderón está equivocado. “Mais que desejar proteção, em todo caso, é preciso criar condições que tornem a prática jornalística segura, que não se persiga nem censure ninguém e que as autoridades correspondentes enfrentem com justiça (...) os crimes contra os comunicadores”.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.