O governo da Bolívia mandou policiais a um canal de televisão da cidade de Cochabamba (centro do país) e apreendeu equipamentos de transmissão por uma suposta inadequação a normas técnicas no suo das frequências, publicou o portal IFEX. No entanto, segundo os diretores do canal de televisão 33 SBT, a ação foi uma represália porque a emissora tornou-se crítica do partido governista Movimento para o Socialismo (MAS, na sigla em espanhol), acrescentou o portal.
Durante a ação realizada por funcionários do departamento de Transportes e Telecomunicações (ATT), os diretores, jornalistas e técnicos do canal que tentaram impedir o apreendimento foram agredidos pelos policiais, segundo a Associação Nacional de Imprensa da Bolívia (ANP). Um vídeo da câmera de segurança do canal mostra como a diretora da emissora, Marianela Montenegro, após repreender um dos funcionários, é jogada no chão por um dos policiais, que pisam em uma de suas pernas.
Segundo Montenegro, essa ação tevecunho político, pois "as pessoas do MAS já nos havia ameaçado com o fechamento do canal”, informou a agência de notícias Bolivia Prensa. O canal já havia recebido uma advertência do Tribunal de Ética Jornalística da Bolícia, uma entidade local, por emitir "mensagens discriminatórias e racistas contra o governo do presidente Evo Morales”, acrescentou a agência.
Para a ANP, toda ação que silencia um meio de comunicação fere os princípios constitucionais, a liberdade de expressão e as liberdades cidadãs, publicou o portal IFEX. Além disso, o IFEX reivindicou o cumprimento de procedimentos administrativos e o direito de defesa legal em vez de medidas violentas.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.