Por Ingrid Bachmann
Em uma reunião com representantes da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, por suas siglas em espanhol) e do Comitê para a Protecão dos Jornalistas (CPJ), o líder mexicano Felipe Calderón se comprometeu a iniciar no mês de outubro um plano de proteção à imprensa similar ao colombiano e a impulsionar reformas legais que colocariam os assassinatos de jornalistas no âmbito federal, informam a agência AFP e a SIP.
Segundo a EFE, o plano de Calderón prevê um "sistema de alarme adiantado", restrições à prescrição de delitos contra a imprensa, troca de residência e escolta policial a repórteres ameaçados, e um conselho para identificar os motivos das agressões contra jornalistas.
O CPJ valorizou a disposição do presidente e lembrou que, junto com a SIP, vem pedindo há bastante tempo uma intervenção federal para combater a crise que vive a imprensa mexicana. Nos últimos quatro anos, mais de 30 jornalistas foram mortos ou sequestrados no país. No entanto, Carlos Lauría, do CPJ, disse à CNN México que apesar de o presidente ter "dito todo o correto", o que importa é que ele possa cumprir com esses compromissos e ir além das promessas.
Durante a reunião, Calderón afirmou que autoridades já haviam prendido um dos envolvidos no assassinato do jornalista Armando Rodríguez, ocorrido há dois anos, acrescenta o El Diario de Juárez. Posteriormente, a procuradoria confirmou a captura de Hugo Valenzuela e afirmou também ter identificado o autor material do crime, o que os possibilita a expedir um mandado de prisão, acrescenta o La Crónica de Hoy.
A SIP, por sua vez, deu um voto de confiança ao plano de proteção anunciado por Calderón, mas advertiu sobre a falta de recursos. "[O governo mexicano] não conta com os recursos necessários para cobrir a magnitude do problema", disse o vice-presidente da SIP, Gonzalo Marroquín, à EFE.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.