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Reportagem Especial: Novo jornalismo cubano nasce na Internet, fora da mídia oficial e de oposição

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  • 20 julho, 2016

Por Daniel Wizenberg *

O jornalismo digital chegou a Cuba, à maneira cubana.​

Rodolfo Romero tem 27 anos. Ele recebeu dinheiro do governo cubano para financiar um site de notícias. Iria se chamar Cuba acusa, mas não gostava do tom beligerante do nome, então decidiu colocar Cuba denuncia, mas descobriu que assim já é chamado um site de dissidentes cubanos exilados. Romero é, portanto, editor do site Pensar em Cuba. Nele são denunciadas e acusadas as várias políticas dos Estados Unidos em relação a Cuba nos últimos 50 anos. Romero atualiza o site com sua equipe, vinculada ao Ministério da Cultura.

Como trabalha para uma meio de comunicação oficial, a equipe de Romero tem sete computadores com internet ADSL disponíveis, o que é incomum em um país onde a conectividade é difícil. Com um aparelho de última geração, que custa vinte salários mínimos, é possível se conectar através de diferentes pontos de Wi-Fi público disponíveis em sessenta e cinco praças de todo o país e na porta dos hotéis internacionais, mas para isso é necessário comprar um cartão da empresa estatal Nauta que agora se consegue obter por CUC (pouco mais de US $ 2 dólares) e permite apenas uma hora de conexão trepidante.

Em setembro de 2015, John Kerry, secretário de Estado dos EUA, disse que o país está disposto a investir em telecomunicações. O presidente Barack Obama reiterou o anúncio durante visita à ilha seis meses depois, em março de 2016.

Os norteamericanos detectaram algo cada vez mais evidente: há uma demanda de mudança nos meios de comunicação, tanto em infra-estrutura quanto em conteúdo.

Apenas cinco por cento dos lares têm conexão e estima-se que só 27 por cento da população possua acesso à internet. A informação circula através da transferência de material de mão em mão. DVDs, pen drives e links através de chat internos (WhatsApp está proibido) circulam na velocidade da luz.

"Em Cuba existe uma realidade sui generis, onde a desconexão da rede virtual não é sinônimo de isolamento cultural e informativo", dizem no El Estornudo, um novo meio que se posiciona como independente, mas citando seus colegas do Cachivache.

"Em qualquer café ou carro de aluguel ressoam a todo momento os sucessos musicais das paradas da Billboard, ou apenas cinco dias depois de divulgada na Netflix, a quarta temporada de House of Cards – em alta definição – já viajava de memória em memória por Havana”, ampliavam do Cachivache.

Esta penetração capilar de conteúdos, apesar das dificuldades, teve consequências sobre a cultura das novas gerações que, ao contrário da geração de seus pais, puderam informar-se e com efeito consumir muito além do que a Revolução determinou.

Geografia jornalística​

O mapa da mídia cubana é composto por três tipos de mídia: os meios estatais centenários controlados pelo Partido Comunista; os não estatais – meios alternativos na Internet que se divididem entre os opositores ao sistema (que querem o fim do socialismo), e os não opositores (que criticam a liderança, mas são relativamente a favor do socialismo); e, finalmente, os estrangeiros – o "mainstream" internacional, de um lado, e a mídia financiada por cubanos no exterior, do outro.

A mídia estatal está sob supervisão do Departamento do Partido Comunista de Orientação Revolucionária, que desenvolve e coordena as estratégias de propaganda. A liberdade de expressão e de imprensa deve ser exercida em conformidade com os objetivos da sociedade socialista e nenhuma das liberdades concedidas aos cidadãos pode ser exercida contrariamente às disposições da Constituição e das leis, “nem contra a existência e os objetivos do Estado socialista, nem contra a decisão do povo cubano de construir o socialismo e o comunismo.” É o que diz o artigo 53 da Constituição, que afirma também: “O jornal impresso, o rádio, a televisão, o cinema e os demais meios de comunicação massiva são propriedade estatal ou social e não podem ser objeto, em nenhum caso, de propriedade privada.”

O jornal Granma, os sites Cuba Debate e Juventude Rebelde, a emissora Televisão Cubana e as estações Rádio RebeldeRádio Relógio (que anuncia a hora a cada minuto, enquanto lê notícias) e Rádio Taíno são os meios de comunicação de massa.

Os não estatais opositores têm como expoentes a 14ymedio e a Damas de Branco, enquanto que entre os “não opositores” se destacam Periodismo de BarrioEl Estornudo e Cachivache. Entre os opositores existe um caso particular: o site Martí Notícias é financiado diretamente pelo governo dos Estados Unidos.

Quanto à mídia estrangeira, por um lado estão os correspondente da ReutersRussia TodayThe Associated Press (AP), Agencia EFEAgence France-Presse (AFP) e dezenas de outros meios de comunicação internacional.

Em 2007, o Centro de Imprensa Internacional (CPI), órgão encarregado das relações com a imprensa estrangeira, expulsou os correspondentes do jornal mexicano El Universal, César González-Calero; do Chicago Tribune, Gary Marx; e da BBC, Stephen Gibbs, por seus trabalhos “negativos para a Revolução.” Tais medidas eram tomadas regularmente até 2014, ano em que tal prática perdeu força.

Do outro lado da imprensa estrangeira, estão os meios de comunicação financiados por emigrantes cubanos como OnCuba, que é o mais importante, seguido por CubaNet.​

Crise monopolista​

"Aqui nos disseram por muito tempo que se cedêssemos nos comeriam os ianques, mas não, temos que ser capazes de dizer o que quisermos sem que isso signifique que nos comam os ianques, e vejo que nos comem os ianques igualmente e colocam a culpa nos repórteres,” comenta um jornalista que trabalha em um dos quatro canais de TV oficiais, onde o salário mínimo é de US $ 20 dólares.

Quer defender a revolução, mas “não assim”, e se refere aos dirigentes como “os dinossauros”. Colabora em off com outros jornalistas de novas mídias que surgiram recentemente na Internet, repassa para elas a informação que não pode publicar.

Laura Bécquer, 28, está há seis trabalhando para o Granma, "defende os esforços do jornal para manter-se na era digital.” "Ela assegurou que os meios de comunicação estatais estão tentando seduzir o público com histórias que não ignoram as falhas do sistema: como uma história recente sobre o encarecimento de alguns produtos básicos, como o tomate e a mandioca", disse Univision. Doze milhões de pessoas vivem na ilha, a maioria os consome diariamente.

"Granma é como o lobo, todo mundo tem medo, mas, no final, há muita gente jovem que tenta fazer jornalismo de dentro com as limitações tecnológicas que temos,” disse ela. Seu escritório, como o de Rodolfo Romero, é um dos locais da ilha onde melhor funciona a Internet.

A concorrência entre a imprensa oficial e os meios alternativos é sentida no ar, é uma disputa sobre os conteúdos e os nuances informativos. Hoje, não é audiência, não é mercado que está em jogo, mas sim o discurso. O mapa da mídia cubana está se reconfigurando no calor da crise do “o que dizer” e “sobre o que falar.”

O descongelamento da Revolução reaqueceu a discussão sobre enquadramento. Ele está derretendo o controle estatal da informação e desativando a polarização.​

Antes, mídias alternativas eram estritamente opositoras, eram “os meios de comunicação de Miami,” um contradiscurso fácil de desarticular para o Estado. Granma dizia “é mentira dos vermes”, e acabava o assunto. Mas a maioria dos novos meios alternativos não provém de Miami. São promovidos por jovens jornalistas que pretendem democratizar a Revolução. Eles são aqueles que por força de entusiasmo deu origem à categoria de “não oposição”.​

Pediram a um jornalista argentino que escrevesse um artigo para Cuba Debate sobre as eleições presidenciais no seu país, de outubro de 2015, no contexto político latino-americano. Logo após o envio da notícia, chegou para ele pequena correção: “A nota está muito boa (NdaR: o artigo criticava o recém eleito presidente, o centro-direitista Mauricio Macri), mas Maduro é amigo ... nós tiramos aquela partezinha em que você diz que seu poder político está se tornando mais complicado a cada dia, e pronto”, respondeu a editora.

Há, por um lado, proibições (de abordagens, fontes, citações) e por outro uma ginástica: os editores treinaram o músculo da correção no terreno da auto-censura, seguindo a política do “melhor não falar sobre certas coisas.” Nenhuma mídia oficial tem permitido, por razões que ninguém explicou, escrever artigos sobre a Coreia do Norte. Foi instalada uma cultura jornalística baseada em evitar irritar as lideranças.

Mas a nova geração parece esgotada disso: “agora mais do que nunca temos de ser mais criativos e corajosos, que se abram muitas cabeças e, especialmente, aquelas que permaneceram nos anos sessenta,” diz um fotógrafo que ainda trabalha em um site digital oficial. Mas ele não quer dar seu nome, por medo de sofrer algo como o que aconteceu com um jornalista que como ele trabalhava em um dos meios digitais estatais. Devido a alguns comentários e posts em seu Facebook criticando um discurso de Raúl Castro, ele sofreu o corte repentino de sua conexão com a Internet e a exigência do dobro do trabalho do que antes.

Os editores e diretores do meios de comunicação da Revolução não têm autoridade para decidir sobre qualquer coisa levemente relevante. Não traçam a política editorial, não transmitem nada que não tenha sido aprovado pelo Partido Comunista.

Durante o Dia Internacional dos Direitos Humanos de 2015, não foi permitido aos jornalistas do 14ymedio – fundado por Yoani Sánchez – informar sobre um protesto coordenado pelo Damas de Branco e pelo Todos Marchamos, grupo que periodicamente se organiza para mobilizar-se contra o regime de Castro, de acordo com a Anistia Internacional (AI). Damas de Branco é um movimento cidadão cubano que reúne esposas e outros familiares de presos cubanos, geralmente considerados como presos políticos, embora para a Revolução sejam presos comuns.

De acordo com a AI, um jornalista trabalhando secretamente em Havana com o Damas de Branco disse que agentes do Serviço de Segurança do Estado bloquearam a porta do edifício onde os jornalistas estavam trabalhando e disseram-lhes: “Hoje não vão sair.” Em 2014, o artista de graffiti Danilo Maldonado Machado, conhecido como “O Sexto”, tentou fazer uma performance em que planejava lançar dois suínos vivos cujos lombos levavam escrito as palavras Raúl e Fidel Castro. Antes de executá-la, ele foi acusado de desacato, e passou grande parte de 2015 na prisão, embora nunca tenha sido formalmente acusado ou levado perante um juiz, de acordo com a AI.

As novas mídias de não-oposição nada disseram a respeito. Os meios de oposição indicam que nesta postura encontram-se resquícios da censura tradicional, “uma omissão da ideia de que quando a possibilidade de crítica é aberta, se abre a qualquer crítica, é um fetiche de abertura e não uma realidade efetiva”, segundo um jornalista próximo a Yoani Sánchez, editora de 14ymedio.

Há um impulso democratizante, mas que parece estar ancorado na ampliação do “nós” e permanece incompleto, na medida em que continua a excluir “eles”. Apesar disso, a quebra do monopólio estatal de informação se torna aparente. Mesmo no porão da clandestinidade, ou difundindo de Miami, sempre houve meios opositores à Revolução. Mas meios favoráveis a ela sendo críticos do Partido Comunista, dizendo que tal coisa está bem e outra mal, não têm precedentes em Cuba, onde o jornalismo tinha se acostumado a totalizar.

Meios do degelo

Os novos meios cubanos “não opositores” possuem vários pontos em comum. Além de evitar se posicionar nos extremos, eles narram as histórias que a imprensa oficial não conta, fazem reportagens de denúncia, mas também perfis e crônicas da vida cotidiana na ilha. Buscam um lugar entre Miami e a Praça da Revolução.

Quando em dezembro de 2014 Obama e Castro formalizaram o início do degelo, nenhum dos novos meios "não opositores" existia. Todos nasceram em 2015.

Um dos exemplos mais emblemáticos é o Jornalismo de Bairro, cujos integrantes são listados nos registros oficiais como "desempregados". Um símbolo de que o governo revolucionário se flexibilizou ao longo do tempo, já que algumas décadas atrás teriam sido declarados ilegais, a rejeição se transformou em indiferença, o que, pelo menos, os permite existir.

Sua fundadora, Elaine Días Rodriguez, de 27 anos, faz parte da rede Global Voices, que articula blogueiros cidadãos em todo o mundo. Foi uma das primeiras cubanas a receber uma bolsa para estudar na Universidade de Harvard como Nieman Fellow. Depois de juntar dinheiro e contatos, regressou a Cuba, onde começou a desenvolver o Jornalismo de Bairro.

Ele é financiado por meio de contribuições de agências internacionais, como a Fundação Sueca de Direitos Humanos e a Fundação Nieman, entre outras. Periodicamente são publicados “relatórios de transparência” onde são detalhadas todas as despesas. Várias contribuições são pagas e a pequena equipe trabalha diariamente no site em tempo integral. Eles falam da poluição no Delta Quibú, mas também de como os pescadores passam horas em alto-mar, ou como um judoca se prepara para os Jogos Olímpicos.

El Estornudo [O Espirro] é outro dos símbolos que ressaltam. Após ver Kerry inaugurar a embaixada dos Estados Unidos depois de cinco décadas sentiram que, se as coisas estavam mudando, talvez, havia espaço para deixar de reprimir o impulso, como acontece com espirros quando você está em um ambiente formal. E eles espirraram, espirraram e pretendem seguir espirrando.

Ali ninguém recebe um centavo, embora nos bastidores do jornalismo cubano corre o rumor de que são financiados pelo renomado repórter do New Yorker, John Lee Anderson, que se desfez em elogios para o portal em mais de uma ocasião. Um par de fundações têm se aproximado deles (uma espanhola e uma dinamarquêsa) com interesse de ajudá-los, mas ainda nada foi concretizado e pensam que agora já não se vai mais concretizar “com estas duas pessoas”, como eles dizem.

Os cubanos que vivem no exterior têm ajudado com o design da página, o domínio e “a maioria das questões técnicas.” Isto é, eles dizem, a única cooperação que receberam. Assim como às vezes você tem que olhar para o sol para que saia um espirro. Todos os colaboradores têm de “aguentar” escrever para meios oficiais para ganhar a vida e para manter o El Estornudo, que definem como “sua casa”, no sentido de que quando se sentam para escrever ali, relaxam e dizem o que querem.

Abraham Jimenez, o diretor, divide seu tempo livre entre o meio que comanda e o consumo de esportes. Esperava há tempos pelo verão de 2016: “O Euro, as Olimpíadas, a Copa América, as finais da NBA, o que mais podemos pedir?” Ele pergunta no Twitter.

Tanto no Jornalismo de Bairro quanto no El Estornudo há uma preocupação em representar os interesses das gerações que emergem, mas buscando escrever bem, contar boas histórias, construir crônicas, explorar o gênero de reportagem, inscrever-se (e inscrever o jornalismo cubano) no “jornalismo sério” e na tradição do “Novo Jornalismo”.

Cachivache, por sua vez, procura introduzir no contexto jornalístico da ilha algo que consideram que não existe e é a cultura dos “millenials” (os nascidos entre 1980 e 2000) na versão cubana, ou como eles dizem: “os nativos digitais mas por USB.” Definem-se como filhos de “uma educação que prioriza o seguro sobre o original.”​

Eles se orgulham de ser filhos das "Lan Party", festas onde se reúnem todos os jovens que jogam em redes virtuais (dentro das fronteiras da ilha). Eles acreditam que há uma espécie de nebulosa para a liderança do Partido Comunista, que é "esse complicado triângulo amoroso formado pela cultura, tecnologia e sociedade." São chamados Cachivache por causa da "realidade cubana de hoje" e buscam mostrar não o que acontece fora da ilha, mas "como se reflete em Cuba o que está acontecendo no mundo."

O espírito buscado é o de uma publicação que se mete onde não deve, não pelo conteúdo, mas pelo gênero dos temas, já que tenta discutir questões que para os editores de meios de comunicação estatais podem parecer distantes da realidade cubana, tais como as séries de televisão, as pistas de skate, os youtubers e os videogames. David, o diretor, se define como "viciado em trabalho". Javier, um dos editores, é um amante de videogames. Ania, a designer, se define de forma contundente: "sou jovem em Cuba". A equipe é formada por apenas cinco pessoas entre editores, especialista em redes sociais e designer. Cerca de 90 por cento dos trabalhos são de colaboradores.

Rumores pelos corredores os acusam de ser paraestatais, de receber dinheiro de Rene González, um dos "cinco heróis" (os famosos espiões cubanos que foram prisioneiros nos Estados Unidos até dezembro de 2014) perto da cúpula do Partido Comunista. Cachivache é apontado por colegas dos novos meios de comunicação de ser frequentemente "retuitado" por Cuba Debate e Juventude Rebelde. Geralmente, não há críticas ao partido, mas também não há as defesas fervorosas que ocorrem nos meios de comunicação estatais.

David, o diretor, esclarece que são patrocinados pelo Resumo Latinoamericano, um meio da Argentina dirigido por Carlos Aznárez, um ex-militante do grupo guerrilheiro da década de 1970 "Montoneros". Ele disse que, embora tenha independência na gestão da redação e da equipe de trabalho, geralmente segue as diretrizes editoriais de seu patrocinador. "Po isso não nos auto-definimos como meio independente, somos um meio híbrido raro".

Sobre uma outra das novas mídias, OnCuba, também sobrevoa o espectro de um "padrinho". OnCuba é oficialmente uma mídia estrangeira, mas na prática é feita em Havana. Quem financia o portal é Hugo Cancio, que migrou para os EUA em 1980, quando tinha 15 anos de idade. Desde então, tem emergido como um embaixador não oficial de oportunidades de negócios em Cuba, trabalhando em colaboração com os governos dos dois países. Ele é dono de uma empresa chamada Fuego Enterprises, em Miami, a partir da qual financia o portal de notícias.

O estilo segue a tônica das demais novas mídias. Jornalismo de denúncia, crônicas da vida cotidiana e novidades culturais. Reportagens com histórias que vão desde a prisão até o dia-a-dia dos agricultores de Pinar del Río, passando pela vida cotidiana do cantor Pablo Milanés. Ao contrário de outras mídias, como CubaNet (que foi fundada de Miami pelo jornalista exilado Hugo Landa em 1994), OnCuba está em território cubano, com jornalistas cubanos provenientes da mídia estatal que estão insatisfeitos.

A nova mídia é o resultado de uma geração que discute com o status quo e se esforça para fazer bom jornalismo. O que vai acontecer com eles se a ilha for totalmente liberada e começarem a receber publicidade? Os novos meios de comunicação conseguem sobrevivir, em média, com US $ 20 dólares por mês, discutindo com o Estado, mas sem conviver ainda com o mercado.

Eles são mais filhos do seu tempo do que de seus pais. Um latente desafio de transcendência os cerca.

 

* Daniel Wizenberg (@daniwizen) é um jornalista e cientista político (Universidade de Buenos Aires). Ele escreveu diários de viagem e histórias da vida cotidiana em algumas áreas de conflitos atuais (Síria, Haiti, Somália, Coreia do Norte, Nagorno Karabaj, Myanmar e Vietnã), no Le Monde Diplomatique (França-Edição Cone Sul), Anfibia e Página 12 (Argentina), El Mundo (Espanha), Russia Today (Rússia) e Las2Orillas (Colômbia), entre outros. Também trabalhou na televisão (TV Pública argentina) e no rádio (AM 750 - Argentina).​

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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