Nesta terça-feira, 18 de setembro, Repórteres Sem Fronteiras (RSF) examinou a situação atual da Venezuela, às vésperas das eleições presidenciais de 7 de outubro, em reunião da Subcomissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu, informou a própria organização em seu site.
Segundo a entidade, as eleições "resumem o nível da polarização dos cidadãos, da política e da mídia que se instalou no país nos últimos anos". Contudo, a RSF ressaltou a responsabilidade que os meios de comunicação, sejam públicos ou privados, têm na criação desse clima na Venezuela. As várias versões divulgadas pela imprensa do confronto violento entre simpatizantes do presidente Hugo Chávez e do candidato de oposição, Henrique Capriles, que deixou cinco jornalistas feridos, evidenciam o problema.
A organização citou episódios de agressões a jornalistas, como as sofridas pela jornalista Lorena Benítez, da emissora pública de televisão VTV, e pelo fotojornalista da Agência France Press, Geraldo Caso Bizama, além de ataques a meios de comunicação. "Repórteres sem Fronteiras registrou uns quarenta casos de agressões deste tipo no ano de 2012. A elas se soma uma dezena de casos de atentados ou sabotagens contra redações. Além da gravidade desses fatos, que, por vezes, ficam impunes, condenamos a forma como os políticos os instrumentalizam para fins de propaganda política, o que, definitivamente, incentiva tais atos", observou RSF.
"A liberdade de informar, que a RSF tem a missão de defender, e o esperado debate democrático às vésperas de uma votação crucial deram lugar ao ódio, ao descrédito pessoal, e, com frequência, à violência física, nosso principal motivo de preocupação", acrescentou a RSF.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.