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Senado Brasileiro pede proteção federal para jornalista que revelou espionagem norte-americana

Ao mesmo tempo que o Brasil inicia uma investigação com base nas alegações de que os EUA teriam espionado a presidente Dilma Rousseff,​ parlamentares brasileiros estão pedindo proteção federal para o jornalista Glenn Greenwald e seu parceiro David Miranda devido à importância dos seus testemunhos para a investigação.

O jornalista americano alega que um relatório secreto, vazado pelo ex-agente da NSA, Edward Snowden, prova que a agência de inteligência​ espiou telefonemas, e-mails e mensagens de Rousseff.

Dado os fatos,​ o governo brasileiro exigiu uma explicação dos EUA e Dilma Rousseff está considerando cancelar sua visita à Casa Branca no próximo mês, onde seria homenageada com um jantar de Estado. A visita oficial vinha inclusive mostrar a melhoria das relações entre as duas maiores economias das Américas.

O Senado brasileiro tem 180 dias para investigar as denúncias, podendo prorrogar este prazo por mais 180 dias, caso considere necessário.

Glenn Greenwald tornou-se reconhecido mundialmente após ter sido o primeiro a escrever e publicar informações sobre os programas de vigilância em massa nos EUA, com base em documentos secretos divulgados por Edward Snowden.

A colaboração entre Greenwald e a mídia brasileira veio após um incidente de meados de agosto em Londres, onde David Miranda, natural do Brasil e residente no Rio de Janeiro,​ foi interrogado durante nove horas e teve seu equipamento eletrônico confiscado.

Autoridades britânicas alegaram que estavam operando com base na lei anti-terrorismo, mas​ Greenwald diz que a detenção do seu parceiro consistiu numa "clara intenção de enviar uma mensagem de intimidação para aqueles que têm publicado histórias sobre a NSA",​ de acordo com o Guardian.

Os relatórios da NSA, publicados em julho e agosto, também mostram que, além do Brasil, os EUA tinham como alvo o México e outros países sul-americanos para ganhar inteligência comercial.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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