As notícias online se tornaram a principal fonte de notícias na América Latina e na maior parte do mundo. À medida que a internet e as plataformas de comunicação dentro dela se diversificam, também mudam as formas pelas quais os consumidores acessam esse conteúdo.
O Digital News Report 2018 do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo (RISJ) realizou pesquisa em quatro países latino-americanos e descobriu que, em cada caso, a maioria dos entrevistados está acessando suas notícias em seus smartphones.
As notícias online se tornaram a principal fonte de notícias na América Latina e na maior parte do mundo. À medida que a internet e as plataformas de comunicação dentro dela se diversificam, também mudam as formas pelas quais os consumidores acessam esse conteúdo.
O Digital News Report 2018 do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo (RISJ) realizou pesquisa em quatro países latino-americanos e descobriu que, em cada caso, a maioria dos entrevistados está acessando suas notícias em seus smartphones.
71% dos entrevistados estão acessando notícias desde seus smartphones na Argentina, 81% no Chile e 74% no México. No Brasil, o percentual de usuários de smartphones (72%) está empatado com aqueles recebendo notícias de seus computadores, mas este último está em declínio.
Argentina, Brasil, Chile e México são os quatro países latino-americanos de um total de 37 pesquisados no Reuters Institute Digital News Report 2018. Cerca de 2.000 pessoas foram entrevistadas em cada país da região. Além disso, o Instituto realizou grupos focais no Brasil, nos quais conversou com usuários de Facebook e WhatsApp sobre o consumo de notícias nas plataformas das mídias sociais, de acordo com o diretor do RISJ, David A. L. Levy.
Em cada país da América Latina, a maioria dos entrevistados está usando o Facebook como a principal plataforma de mídia social e de mensagens para notícias. No entanto, essa porcentagem também caiu em cada país em comparação com o ano anterior. Em todos os países, exceto no México, o WhatsApp ficou em segundo lugar (o YouTube ficou em segundo no México e o Whatsapp em terceiro).
No entanto, levando em conta todos os países do mundo, o relatório constatou que as empresas de mídia estão se afastando do conteúdo distribuído nas mídias sociais e agregadores em favor de conteúdo de maior qualidade e pagamento do leitor.
“E, no entanto, essas mudanças são frágeis, distribuídas de forma desigual e se somam a muitos anos de ruptura digital, o que minou a confiança tanto dos editores quanto dos consumidores”, afirmou o relatório.
Em termos de confiança nas notícias em geral, o Brasil se destacou entre os países da América Latina (59%) e teve a terceira classificação mais alta dos 37 países pesquisados. A Argentina teve o menor percentual na região (41%).
Embora as notícias fraudulentas antes das eleições sejam um grande problema no Brasil e no México, o fenômeno não foi difundido no Chile durante as eleições presidenciais de 2017 e não tem sido um grande tema de discussão entre o público, segundo Francisco Javier Fernández Medina, autor da avaliação do relatório sobre o Chile.
Mais informações não incluídas no relatório, bem como informações sobre metodologia, estão disponíveis em digitalnewsreport.org. Informações detalhadas sobre cada país da América Latina estão descritas abaixo.
[Nota da editora: O Instituto informou que suas amostras no Brasil e no México foram mais representativas das populações urbanas do que nacionais.]
Na visão geral do país, Eugenia Mitchelstein e Pablo Boczkowski, co-diretores do Centro de Estudos de Mídia e Sociedade, observaram a concentração no sistema de mídia privada da Argentina - principalmente pelo Grupo Clarín -, bem como a desconfiança em relação à mídia e aos políticos, apesar dos altos níveis de consumo de notícias.
Rodrigo Carro, jornalista financeiro e ex-bolsista do Reuters Institute Journalist Fellow, destacou a força das emissoras comerciais brasileiras e as tentativas dos jornais para se adaptar a novos modelos de negócio, incluindo a redução da frequência de publicações e o estabelecimento de paywalls online. Ele também observou: "Os brasileiros estão entre os usuários mais entusiastas de redes sociais e aplicativos de mensagens do mundo".
Francisco Javier Fernández Medina, da Pontifícia Universidade Católica do Chile, enfatizou grandes mudanças na televisão, particularmente a venda do Canal 13 para Andrónico Luksic, ampliando a “comercialização de notícias televisivas, aproximando o Chile de outros países latino-americanos”. Ele também observou que os editores estão diversificando, adquirindo ou criando outros tipos de mídia, a fim de combater a diminuição das receita de publicidade.
María Elena Gutiérrez Rentería, da Universidade Panamericana, enfatizou a popularidade da televisão no México e o crescimento das fontes de notícias nativas digitais. Ela também chamou a atenção para os perigos de ser jornalista no país, que é o país mais letal para jornalistas no hemisfério ocidental.