O homem acusado de matar o jornalista político Auro Ida foi detido pela polícia na noite de segunda-feira, 25 de julho, no mesmo bairro onde ocorreu o crime na cidade de Cuiabá, noticiou o G1. Pouco tempo depois, porém, o suspeito, de 19 anos, foi solto por não ter sido reconhecido pela namorada da vítima, principal testemunha do crime, de acordo com o portal Terra. A polícia informou que, apesar de liberado, o jovem continuará a ser investigado.
A principal linha de investigação até o momento aponta crime passional como causa da execução, mas policiais não descartam outras motivações. Segundo informações do Jornal Floripa, amigos do jornalista disseram em seu velório que o crime poderia estar relacionado a uma apuração sobre corrupção no governo do Estado.
Ida, conhecido jornalista político do estado do Mato Grosso, foi assassinado com seis tiros na noite da última quinta-feira, quando deixava a namorada em casa. O repórter foi abordado por um homem que disparou contra ele e fugiu em seguida. Com essa execução, sobe para quatro o número de jornalistas assassinados no Brasil desde o início deste ano.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediram uma investigação rigorosa do caso e alertaram para a escalada da violência contra a imprensa no país. "As autoridades brasileiras devem investigar todos os possíveis motivos do assassinato de Auro Ida", disse Carlos Lauria, coordenador sênior do CPJ para as Américas.
A pedido do Sindicato dos Jornalistas e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso, a Polícia Federal vai atuar no caso, acrescentou a Agência Estado. As duas entidades argumentam que a morte "tem motivação política".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.