Por Ingrid Bachmann
Um ex-funcionário da inteligência colombiana afirmou ao Ministério Público que o presidente Álvaro Uribe e alguns de seus colaboradores sabiam das perseguições e interceptações telefônicas promovidas pelo Departamento Administrativo de Segurança (DAS) contra magistrados, jornalistas, defensores de direitos humanos e políticos de oposição. O depoimento seria a primeira prova de peso a vincular Uribe ao escândalo de espionagem, informaram El Nuevo Herald e La Silla Vacía.
Uribe negou diversas vezes estar por trás das escutas ilegais, mas um depoimento do ex-diretor de inteligência do DAS, Fernando Tabares, obtido por La W Radio, afirma que a Presidência coordenou várias das atividades de espionagem. Uma das vítimas era o jornalista Daniel Coronell, diretor de Noticias Uno.
"Tudo era por ordem da Casa de Nariño (a sede do governo)”, resume a revista Semana.
O depoimento de Tabares compromete particularmente o secretário-geral da Presidência, Bernardo Moreno, que insistiu que as ações do governo têm sido sempre "claras, abertas e transparentes", afirma o jornal El Tiempo.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.