Por Maira Magro
O Superior Tribunal Militar (STM) liberou o acesso da Folha de S. Paulo ao processo que levou a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) à prisão durante a ditadura (1964-1985), noticiou o próprio jornal. O presidente da corte, Carlos Alberto Soares, havia negado o acesso aos documentos, alegando a intenção de evitar seu uso político durante o período eleitoral.
Durante o julgamento da ação da Folha, dez ministros votaram pela liberação do acesso, entendendo que o veto configura censura e violação da liberdade de imprensa. Somente o relator do caso, Marcos Torres, votou contra, afirmando que o jornal iria invadir a intimidade e a privacidade da presidente eleita.
Segundo o ministro que presidiu a sessão, apenas a Folha terá acesso aos autos “a princípio”, já que “foi ela quem pediu”, relatou o próprio jornal. A advogada da publicação, Taís Gasparian, comemorou a decisão mas, conforme o G1, disse ser lamentável que tenha saído somente após as eleições. O Estado de S. Paulo explica que, além de Dilma, outras 71 pessoas são citadas na ação penal, que relata torturas e outras situações.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.