texas-moody

Violência e assédio legal são as maiores ameaças à imprensa na América Latina, afirma CPJ

  • Por
  • 4 outubro, 2012

Por Zach Dyer

O diretor executivo do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), Joel Simon, afirmou durante uma apresentação sobre a liberdade de expressão na América Latina que violência e assédio legal são os maiores obstáculos enfrentados pelos jornalistas na região, segundo o site do CPJ.

Simon participou de um evento organizado pelo congressista dos EUA Sam Farr na quarta-feira, 3 de outubro, sobre tendências na liberdade de expressão na América Latina durante a última década. A apresentação de Simon focou no México, em Honduras e na Venezuela como alguns dos casos mais urgentes.

Em seus comentários, Simon apontou que 54 jornalistas foram assassinados desde que o presidente mexicano Felipe Calderón foi eleito, em 2006. Embora Calderón tenha orientado a implementação do Mecanismod e Proteção para proteger jornalistas ameaçados, para Simon essa implementação não tem mostrado nenhum efeito, segundo seu depoimento, publicado no site do CPJ.

Simon também listou Honduras como um dos países mais perigosos no mundo para jornalistas. Desde que o presidente Porfirio Lobo subiu ao poder, em 2010, seguindo o golpe de 2009, ao menos 14 repórteres foram assassinados, segundo uma pesquisa do CPJ. No cenário da mídia hondurenha, inflamado pela política, jornalistas que apoiaram o presidente deposto Zelaya foram atacados ou mortos, enquanto a mídia pró-golpe em geral ignorou a violência. Simon afirmou que alguns jornalistas pararam de assinar suas matérias por medo de represálias.

A impunidade está tão disseminada em Honduras que muitos jornalistas temem que ataques sejam promovidos com o apoio tácito da administração de Lobo.

Simon idenfificou os líderes da Venezuela e do Equador como os maiores responsáveis por abusos do sistema legal para calar a imprensa. O CPJ acusou o presidente Hugo Chávez de usar meios legislativos e judiciais para "gradualmente quebrar a mídia independente venezuelana enquanto constrói um império de mídia estatal”, citando o fechamento da RCTV em 2007 e as multas “excessivas” contra os veículos independentes como a Globovisión.

Enquanto isso, no Equador, a difamação criminosa tem sido largamente usada pelo presidente Rafael Correa para silenciar a mídia crítica, segundo os comentários de Simon.

Simon também fez referência à proposta de Chávez e Correa de cortar financiamentos para a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão como um motivo de preocupação. Além disso, a Venezuela recentemente deu passos para sair da jurisdição da Convenção Americana de Direitos Humanos.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

Artigos Recentes