Três jornalistas estão entre os primeiros presos políticos a serem libertados em Cuba, relatou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
Guillermo Fariñas encerrou nesta quinta-feira sua greve de fome e sede de 135 dias, diante do compromisso do governo de Havana de liberar 52 presos políticos, incluindo dissidentes e jornalistas, informou a AFP. O motivo da greve de fome era pressionar o governo a libertar 26 presos de consciência que estão doentes.
"Estou consciente da proximidade de minha morte e a considero uma honra, pois trato de salvar a vida de 25 presos políticos e de consciência dos quais a pátria necessita como líderes", afirmou o jornalista cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome há 130 dias para pedir a libertação de presos de consciência na ilha.
O Granma, jornal oficial do Partido Comunista Cubano, afirmou que o jornalista Guillermo Fariñas corre risco de vida, depois de quase 130 dias em greve de fome. Em uma extensa entrevista, o diretor da UTI do hospital onde ele está internado disse que os médicos estão se aproximando dos limites possíveis para salvar sua vida.
A Anistia Internacional denunciou que o repressivo sistema legal cubano tem gerado um clima de temor entre jornalistas, dissidentes e ativistas, "que enfrentam o risco de prisões arbitrárias e perseguição".
O jornalista dissidente Guillermo Coco Fariñas, em greve de fome e de sede há quatro meses, está em estado gravíssimo e corre risco de vida, diz o site Cubanet. Um coágulo na jugular esquerda, na altura do pescoço, poderia se deslocar para órgãos vitais como o coração, o cérebro, ou o pulmão, afirmou o jornal espanhol ABC.
Num momento em que jornalistas independentes enfrentam ameaças por publicar críticas ao governo e outros permanecem presos por seu trabalho, o jornal oficial do Partido Comunista cubano, o Granma, parece estar cada vez mais disposto a divulgar ideias críticas. Numa atitude inédita, o maior jornal da ilha publicou recentemente algumas cartas de leitores com opiniões contrárias às políticas econômicas na ilha, aponta Juan Tamayo no Miami Herald.
O jornalista independente Guillermo Fariñas vem recusando qualquer tipo de comida e bebida há quase três meses, para protestar contra o tratamento dos prisioneiros políticos na ilha. Sua história tem gerado cobertura nos meios de comunicação em português, inglês e espanhol. No sábado, Fariñas se tornou também uma importante fonte em matérias na imprensa estrangeira, revelando que o regime cubano havia concordado em transferir prisioneiros para locais mais próximos de suas famílias e hospitalizar aqueles que estejam doentes.
Um tribunal de segunda instância decidiu que a blogueira Dania García terá que pagar uma multa de US$ 13 ao invés de cumprir a condenação a 20 meses de prisão imposta no mês passado por um delito relacionado a uma disputa familiar, informou a EFE.
As transmissões para Cuba da rádio e da TV Martí, do governo americano, atingem menos de 2% da população da ilha, apresentam baixos padrões editoriais e falharam em influenciar de forma significativa a sociedade cubana, diz o relatório (PDF) de um comitê do Senado americano, divulgado esta semana. Veja também matérias da AFP, dos jornais Miami Herald e Washington Post e da Inter Press Service.
Agentes de segurança do Estado mantiveram preso por várias horas o jornalista independente Yosvani Anzardo Hernández, no município de San Germán, e ameaçaram deixá-lo atrás das grades por seu ativismo político, informaram o site Cubanet e a Rádio Martí.
Oscar Sánchez Madan foi solto esta semana depois de passar três anos na prisão, sob a acusação imprecisa de "periculosidade social pré-delitiva" que recebeu após cobrir um escândalo local de corrupção. Ele contou à Rádio Martí, dos Estados Unidos, que quer continuar escrevendo sobre a ilha, inclusive em questões relacionadas às violações dos direitos humanos, informou o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ).