Na Bolívia, em El Salvador e no Peru, a disseminação de desinformação afetou de forma desproporcional comunidades marginalizadas em meio a conflitos sociopolíticos nos últimos anos. Organizações não governamentais locais realizaram pesquisas sobre o ecossistema de informações para entender seus impactos.
Em uma região costeira de selva quase intocada em Honduras, pacotes de cocaína são lançados ao mar por navios que fogem da fiscalização. Essa trama real é relatada na série “Moskitia: A selva hondurenha que se afoga na cocaína”, vencedora do prêmio Ortega y Gasset.
Diretores de El Faro (El Salvador) e Confidencial (Nicarágua) enfatizaram que a avaliação de riscos, a confiança total entre editores e repórteres, a proteção legal e o apoio psicológico são elementos fundamentais para preservar o bem-estar e a segurança de suas equipes em ambientes de assédio, ameaças e criminalização.
Com suas campanhas contra meios independentes, governos de vários países latino-americanos estão começando a ameaçar a liberdade de imprensa. O extremo de Nicolás Maduro e Daniel Ortega com bloqueios e fechamentos de meios de comunicação poderia ser replicado?
Jornalistas de El Salvador e organizações de defesa da liberdade de imprensa temem que, com a vitória esmagadora de Nayib Bukele na reeleição para a presidência, o assédio contra jornalistas se agrave e reformas criminalizem o trabalho de informar no país.
A equipe da Revista Elementos publicou a primeira temporada do podcast Misceláneo, que conta a história de quatro jornalistas salvadorenhos e busca mudar a narrativa governamental de criminalização da profissão.
O jornal mais aclamado de El Salvador transferiu seus setores administrativo e jurídico para a Costa Rica devido a assédio e vigilância do governo. No entanto, os jornalistas permanecem no país. Em entrevista à LJR, o cofundador Carlos Dada explica como essa mudança permite que eles continuem seu trabalho investigativo, enquanto expressa preocupações com o autoritarismo e possível criminalização de jornalistas.
Advogados do Knight First Amendment Institute da Universidade de Columbia esperam que o fabricante do Pegasus, o NSO Group, seja responsabilizado em seu processo judicial em nome dos jornalistas salvadorenhos. Repórteres do site de notícias El Faro acreditam que o processo abrirá um precedente importante para a proteção de jornalistas em todo o mundo.
Quinze jornalistas do meio digital El Faro, de El Salvador, entraram com um processo em um tribunal dos Estados Unidos contra a NSO Group, empresa israelense que fabrica o spyware Pegasus. “É preciso criar um precedente para que as empresas que promovem este mercado de espionagem e os clientes que executam este programa saibam que suas ações têm consequências”, disse Julia Gavarrete, uma das jornalistas de El Faro que movem a ação na Justiça dos EUA.
Diante da recente escalada dos ataques às liberdades de imprensa e expressão em Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, profissionais destes países se uniram para fundar a Rede Centro-Americana de Jornalistas. A guatemalteca Marielos Monzón, uma das fundadoras da Rede, falou à LatAm Journalism Review (LJR) sobre os objetivos e linhas de trabalho dessa iniciativa em defesa do jornalismo e do direito cidadão à informação.
Carlos Dada e sua equipe do El Faro têm iluminado os cantos sombrios de seu país e da região desde a fundação do veículo — a primeira iniciativa de mídia exclusivamente digital na América Latina — junto com o empreendedor Jorge Simán em 1998. Por causa disso, eles provocaram a ira de um governo cada vez mais autoritário.
Mulheres jornalistas em Cuba, Venezuela, Nicarágua e El Salvador devem enfrentar comentários misóginos, ameaças à sua integridade física e seu ambiente familiar e violações de sua privacidade. Nesta artigo, mostramos as experiências de mulheres que exerceram o jornalismo nesses países.