Advogados destacaram o papel fundamental do apoio de organizações que defendem a liberdade de expressão no processo contra o comunicador e esperam que seu caso abra um precedente para que os pedidos de asilo de jornalistas perseguidos sejam levados mais a sério pelos tribunais de imigração.
Histórias sobre gangues e organizações criminosas, áreas de fronteira com a ambiguidade de seus limites e jurisdições, cidades urbanas marginais ou uma simples praça central de uma cidade tomada por cartéis de drogas são alguns dos temas e cenários latino-americanos onde os jornalistas da região podem encontrar suas melhores reportagens ou uma situação de vida ou morte.
Apenas três semanas após a divulgação de que dezenas de jornalistas em El Salvador foram alvo de espionagem digital, a Assembleia Legislativa do país aprovou nova legislação que cria a figura do “agente secreto digital” e permite que policiais acessem dispositivos eletrônicos e recolham dados para serem usados como provas em processos penais. Opositores à medida alegam que se trata da legalização da espionagem digital de cidadãos e que pode ser usada para perseguir jornalistas críticos ao governo.
Uma investigação confirmou que os telefones de 30 jornalistas salvadorenhos foram invadidos com software de espionagem Pegasus. O programa foi desenvolvido pela companhia israelense NSO Group. Em alguns casos, as datas das interceptações coincidem com a realização de investigações jornalísticas sobre o cenário político de El Salvador. Essas interceptações permitem total controle do aparelho: mensagens, ligações e extração de dados armazenados.
A Assembleia Legislativa de El Salvador deve aprovar a Lei dos Agentes Estrangeiros, que imporia um imposto de 40% sobre todas as transações financeiras de organizações sociais e jornalísticas no país, em sua maioria críticas e independentes, que recebem recursos do exterior
“Gostaria de ver este fórum como uma oportunidade para refletir sobre nossa situação, para iniciar uma conversa que nos leve a enfrentar juntos, mais organizados e acompanhados, a onda de ataques orquestrados ao jornalismo centro-americano de cada um de nossos governos. Juntos, organizados, vamos resistir melhor ”, disse o jornalista Carlos Dada no Fórum de Jornalismo da América Central.
O ano de 2021 parece ser um dos mais violentos e restritivos contra jornalistas em El Salvador, segundo a Associação de Jornalistas de El Salvador (APES).
Nos últimos anos tem ocorrido uma primavera de meios feministas na América Latina, muitos começando com o MeToo (Estados Unidos, 2017) ou Ni una menos (Argentina, 2015), que buscam reivindicar questões relacionadas a mulheres, mulheres trans e a comunidade LGBTQ+ nos conteúdos da imprensa e na discussão pública.
Vinte e um meios de comunicação de nove países da América Latina vão se beneficiar de US$ 2 milhões como parte do Google News Initiative Innovation Challenge para melhorar operações, fortalecer modelos de negócios, criar produtos e mais.
Desde 1998, El Faro tem travado uma batalha corajosa pela responsabilidade neste país de 6,5 milhões de habitantes na América Central, que faz fronteira com a Guatemala e Honduras.