Em meio aos “apagões informativos” causados pela violência ligada ao narcotráfico na região da fronteira com os Estados Unidos, as redes sociais se transformaram em uma importante fonte de informação para os cidadãos, mas não substituem o jornalismo no México, afirma o veterano jornalista mexicano Jacinto Rodríguez, que já escreveu para os principais veículos do país.
Um grupo de organizações civis exigiu do governo mexicano mais proteção para jornalistas e ativistas de direitos humanos nas regiões Leste e Norte do país, onde se concentra a violência, informou o La Jornada.
Gabino Cué, governador do estado mexicano de Oaxaca, criou uma promotoria especial para investigar novamente a morte de 26 pessoas durante protestos contra o governo estadual em 2006, informaram o Milenio e a Associated Press. Entre as vítimas, está o jornalista americano Bradley Will.
Apenas dois dias após a divulgação de um relatório sobre a liberdade de expressão no México, que denunciou o crescimento do número de casos de agressões de policiais e militares contra jornalistas, um cinegrafista da rede Televisa foi detido e golpeado por agentes de segurança no estado de Coahuila, Norte do país, no dia 4 de março, informou a imprensa local.
O documentário “Presunção de Culpa”, sobre erros judiciais e corrupção no México, estaria sofrendo uma tentativa de censura, informou a imprensa local. Uma juíza proibiu temporariamente a exibição do filme ao acatar um pedido feito por uma testemunha de um julgamento que terminou com a injusta condenação por assassinato de Antonio Zúñiga, sentenciado a 20 anos de prisão, explicou a EFE.
Pelo menos 139 jornalistas e 21 veículos de imprensa mexicanos foram atacados por causa de sua atuação em 2010, ano em que a violência contra a mídia, não apenas a praticada por traficantes de drogas, cresceu, diz o relatório anual do Centro para o Jornalismo e a Ética Pública (CEPET, na sigla em espanhol).
O fotógrafo do jornal El Imparcial, do estado de Sonora, Julián Ortega foi agredido física e verbalmente por policiais enquanto cobria uma operação de busca por um comando armado na cidade de Hermosillo, Norte do México, informou o próprio diário.
Homens armados atiraram contra o veículo que transportava um correspondente da agência Associated Press e um assessor da Radio Fórmula, na cidade de Cuernavaca, conhecido destino turístico que se transformou num campo de batalha entre traficantes rivais, informaram o El Universal e a Radio Fórmula.
O jornalista mexicano Carlos Loret de Mola, apresentador de um telejornal da Televisa, ficou detido por oito horas ao desembarcar no Cairo, no Egito, primeiro por um grupo de pessoas que se identificaram como “vigilantes” civis e depois pelo Exército, informou o El Universal.
O jornal El Diario de Juárez, na cidade fronteiriça de Ciudad Juárez, uma das mais violentas do mundo, recebeu o prêmio PEN México de Excelência Jornalística 2011, da seção mexicana da associação internacional de escritores PEN International.
Um grupo de homens armados invadiu as instalações de dois veículos e matou a tiros uma pessoa no dia 9 de fevereiro, na cidade de Torreón, no estado de Coahuila, no Norte do México, uma das regiões mais afetadas pela violência ligada ao tráfico de drogas no país, informou a imprensa local.
Os casos de censura à imprensa na América Latina estão nos níveis mais altos desde a redemocratização, afirma Carlos Lauría, coordenador do Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), informou o jornal Folha de São Paulo. Lauría foi o responsável pela apresentação do informe anual da entidade "Ataques à Imprensa em 2010", divulgado nesta terça-feira (15/02). Ele frisou que a situação é preocupante em vários países da região. Foi a primeira vez que o levantamento global sobre o estado da liberdade de imprensa no mundo foi lançado no Brasil.